O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) resgatou, na manhã desta segunda-feira (14), um pinguim na Praia de São Conrado, Zona Sul da capital fluminense. O animal, que não apresentava ferimentos visíveis, foi entregue a uma equipe de veterinários e biólogos do Jardim Botânico para avaliação e cuidados.
Segundo Izar Aximoff, biólogo especialista em fauna urbana, o aparecimento desses animais é comum nesta época do ano.
“Nessa época do ano, no inverno, os pinguins-de-Magalhães costumam migrar através de correntes atrás de alimento. Muitas vezes eles chegam ao Sudeste do Brasil e, em algumas ocasiões mais raras, conseguem chegar até o Nordeste.”
O biólogo alerta que, apesar de virem de regiões frias, os pinguins não devem ser expostos a baixas temperaturas artificiais.
“Esses animais muitas vezes chegam exaustos ao litoral do Rio de Janeiro e necessitam de cuidados. Muitas pessoas ainda têm a ideia de que o pinguim precisa ficar próximo do gelo. Já houve caso em que colocaram um pinguim dentro de uma geladeira. Isso pode ser fatal, pois o animal já está debilitado e perde ainda mais calor.
“Ao encontrar um pinguim na praia, é importante acionar os salva-vidas para evitar aglomeração de pessoas e o manuseio do animal. Também é fundamental contatar biólogos que atuam no manejo da fauna marinha, para que o animal possa ser recolhido, reabilitado e avaliada a necessidade de retorno ao sul do Brasil ou à Patagônia”, completou o especialista.
Pinguins mortos na Praia da Reserva
Na última sexta-feira (11), um pinguim foi resgatado com vida na Praia de Ipanema, e outros quatro foram encontrados mortos na Praia da Reserva, também no Rio de Janeiro. As ocorrências foram atendida pela Econservation, empresa responsável pela execução do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), programa desenvolvido como condicionante ambiental da Petrobras.
A empresa informou que os encalhes de pinguins-de-Magalhães juvenis são comuns durante o período de migração, especialmente entre junho e agosto. Esses animais percorrem grandes distâncias em busca de águas mais quentes e frequentemente chegam debilitados, com baixa reserva de gordura, em estado de hipotermia e exaustão, o que pode levá-los à morte.