Quatro partidos com ministros no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deram votos contrários à cassação do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Na madrugada desta quinta-feira (11/12), o plenário da Câmara teve 227 votos a favor e 170 contrários – seriam necessários ao menos 257 votos para a cassação —, e a parlamentar bolsonarista acabou salva.
Os partidos Republicanos, PSD, MDB e PP deram 58 votos contrários à cassação de Zambelli, número que representa 34% do total de votos para que a deputada bolsonarista não perdesse o mandato.
Como só faltaram 30 votos para atingir o mínimo necessário para cassação de Zambelli, as “traições” nos partidos governistas poderiam ter mudado o resultado do plenário da Câmara.Play Video
O Republicanos, do ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), teve um racha e entregou 17 votos contrários à cassação e 17 favoráveis.
O PSD, dos ministros Carlos Fávaro (Agricultura), Alexandre Silveira (Minas e Energia), André de Paula (Pesca e Aquicultura), deu 16 votos contrários ao projeto, e 11 a favor.
O MDB, dos ministros Jader Barbalho Filho (Cidades), Simone Tebet (Planejamento) e Renan Filho (Transportes), deu 12 votos contrários e 15 favoráveis.
O PP, do ministro André Fufuca (Esportes), entregou 13 votos contrários e 24 a favor. Vale lembrar que o PP, presidido pelo senador Ciro Nogueira, rompeu com o governo Lula, mas Fufuca se recusou a deixar o ministério dos Esportes.
Todos os deputados presentes no plenário que faziam parte de partidos de esquerda e centro-esquerda que compõem o governo Lula entregaram votos favoráveis à cassação de Carla Zambelli. No total, foram 119 votos.
O União Brasil, que rompeu recentemente com o governo, entregou 22 votos contrários e 21 a favor.
Caso Carla Zambelli
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou o parecer que recomenda a cassação de Carla Zambelli nessa quarta-feira (10/12). No entanto, o plenário da Casa não atingiu os votos necessários para tirar o mandato da deputada bolsonarista.
Zambelli está presa na Itália, onde aguarda o processo de extradição para o Brasil. Ela já está impedida de disputar eleições porque acumula duas condenações que somam 15 anos e 3 meses de prisão.
A parlamentar foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação intelectual na invasão aos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o hacker Walter Delgatti. O caso envolveu a inserção de documentos falsos, como um mandado de prisão fabricado contra o ministro Alexandre de Moraes.
A outra condenação é por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, no episódio em que perseguiu um apoiador do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com uma arma em punho, na véspera do segundo turno das eleições de 2022.







