Por muitos anos, o ovo foi cercado de mitos e polêmicas, sendo considerado um dos vilões da alimentação saudável, principalmente por seu suposto impacto negativo nos níveis de colesterol. No entanto, pesquisas recentes têm demonstrado que ele pode ser um aliado importante para a saúde, proporcionando uma série de benefícios nutricionais.
Mas será que ele é sempre benéfico ou há casos em que seu consumo pode ser prejudicial? Para tirar todas as dúvidas, a CNN ouviu especialistas que esclarecem os principais mitos e destacam as recomendações de consumo desse alimento versátil.
Os benefícios do ovo para a saúde
O ovo é uma das fontes mais completas de nutrientes essenciais para o desenvolvimento e manutenção do nosso corpo e saúde.
Ele é rico em proteínas, aminoácidos, contém vitaminas como A, D, E, B12 e colina, além de minerais como selênio, cálcio, zinco, fósforo, potássio e ferro. Esses nutrientes ajudam no fortalecimento do sistema imunológico, no desenvolvimento muscular e na manutenção do cérebro.
“O ovo possui proteínas de boa qualidade, sendo uma excelente opção nutricional de fonte proteica, além de vitaminas, como a B12, antioxidantes e gorduras. A colina presente nos ovos tem um papel importante na função cerebral. Por ser um alimento muito nutritivo e de fácil acesso, torna-se uma opção muito boa para café da manhã, refeições e lanches”, explica Monica Pasco, nutróloga do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE).
Além disso, os ovos são ricos em antioxidantes como luteína e zeaxantina, que auxiliam na proteção da saúde ocular, prevenindo doenças como a degeneração macular relacionada à idade.
Mitos sobre o ovo e o colesterol
Por muitos anos, acreditava-se que o consumo de ovos, principalmente da gema, aumentava o nível de colesterol no sangue e, consequentemente, o risco de doenças cardíacas. Porém, estudos mais recentes mostram que o alimento não causa esse impacto.
“Para a maioria das pessoas saudáveis, o consumo de ovos não costuma impactar negativamente o colesterol. No entanto, é importante manter uma dieta equilibrada”, enfatiza Lucas Luquetti, nutrólogo e especialista em longevidade.
A recomendação de consumo de ovos varia de acordo com o perfil de cada pessoa e suas necessidades nutricionais.
“De um modo geral o consumo de um a dois ovos por dia pode fazer parte de uma alimentação saudável. Entretanto, a quantidade adequada varia individualmente de acordo com a pessoa, estilo de vida e características alimentares”, acrescenta Uerá Couto, Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE).
Além disso, o alimento pode ser consumido por pessoas de todas as faixas etárias. Por ser uma importante fonte de nutrientes que auxiliam no crescimento e desenvolvimento, ele é uma importante fonte alimentar na infância, auxiliando nas formações muscular, óssea, cerebral e também no fortalecimento da imunidade.
Para os idosos é também um alimento importante para a manutenção da saúde, por ser rico em proteína, vitaminas e minerais, nutrientes necessários para um envelhecimento saudável.
Em quais casos o ovo pode fazer mal?
Apesar dos muitos benefícios, nem todas as pessoas reagem da mesma maneira ao consumo de ovos. Indivíduos com condições específicas, como colesterol alto ou problemas cardíacos, devem consultar um médico para saber a quantidade adequada de ovo que pode consumir.
Além disso, algumas pessoas, principalmente as crianças, podem ter alergia ao ovo. Nesses casos, é necessário evitar o alimento.
“Como qualquer alimento, se consumido em excesso, pode acarretar problemas. Existem pessoas com predisposições genéticas para dislipidemias (doença que ocorre quando os níveis de gordura no sangue estão alterados) elas ao fazer o consumo exagerado desse alimento, podem apresentar alterações como aumento dos níveis de colesterol. O consumo de ovos crus ou malcozidos podem ser uma fonte de infecção também. A orientação de um nutricionista é sempre importante para adequar o consumo desse alimento”, acrescenta Pasco.