Quando um governo gasta mais do que arrecada, é preciso pedir dinheiro emprestado para quitar as contas. E esse tem sido o expediente usado pelo governo do Brasil.
Nos últimos 12 meses, a dívida bruta do setor público cresceu 13% e alcançou R$ 8,522 trilhões.
O aumento da dívida é um dos fatores que gera desconfiança do Banco Central (BC) sobre o rumo da inflação. Isso porque o aumento da dívida indica que as despesas do governo sobem mais que a arrecadação.
Esse fenômeno resulta em inflação, que é a principal preocupação do BC.
A análise dos números mostra que a dívida brasileira tem aumentado a um ritmo forte. Nos últimos 12 meses, a dívida bruta aumentou quase R$ 1 trilhão.
Foram mais de R$ 2 bilhões por dia, R$ 109 milhões por hora ou R$ 30 mil extras na dívida pública brasileira a cada segundo dos últimos 12 meses.
“A dívida boa é quando é destinada à construção da infraestrutura. O governo toma dinheiro emprestado para duplicar estradas, para melhorar a pavimentação, construção de ferrovias, melhoria da oferta de energia elétrica”, disse o ex-ministro da Fazenda, Mailson da Nóbrega.
“Tudo isso é uma forma de endividamento tida e percebida como favorável. O problema é que no Brasil o Tesouro se endivida para cobrir gastos de funcionamento do governo: salários, previdência, programas sociais”.
Quando um país não tem dinheiro para pagar as contas do dia a dia e precisa fazer dívida para quitar contas permanentes, como salários e previdências, a sustentabilidade das contas começa a ficar em xeque.
“O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, citam os diretores do BC na ata da reunião de junho.
Há quem ganha com a dívida
Mas há um outro lado dessa moeda. Se o governo tem mais dívida, também paga mais juros. E esse dinheiro cai no bolso de quem tem dinheiro guardado.
Quando se investe no Tesouro Direto ou em fundo de renda fixa, o dinheiro, na verdade, está sendo emprestado ao governo federal.
E só em 2023 o governo federal pagou R$ 816,2 bilhões em juros aos credores da dívida pública.
Ou, se você preferir, esses bilhões foram pagos aos investidores que compraram títulos da dívida pública, como no Tesouro Direto. Nesse grupo que recebe mais quando o juro é maior estão desde os pequenos investidores até as grandes instituições financeiras do Brasil e exterior.
Comentários sobre este post