O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) realiza o monitoramento da biodiversidade do Parque Estadual do Cantão (PEC), município de Pium, por meio do Programa Monitora. As ações, que estão sendo realizadas na trilha Canguçu, seguem até esta sexta-feira, 8. O programa será implantado em outras duas trilhas localizadas no interior do Parque em uma etapa posterior.
As ações de conservação e gestão da biodiversidade no Parque busca o monitoramento da fauna, que representa uma ferramenta essencial para a avaliação contínua do estado de conservação dos ecossistemas protegidos. Dentre as áreas estratégicas selecionadas para a implementação dessa atividade, estão as trilhas localizadas na região do Canguçu, uma das zonas mais representativas da diversidade ecológica do PEC.
O Programa Monitora é uma ferramenta instituída pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e tem como objetivos gerar informação qualificada para a avaliação continuada da efetividade das Unidades de Conservação (UCs); subsidiar, avaliar e acompanhar projeções de alterações na distribuição e locais de ocorrência das espécies em resposta às mudanças climáticas e demais fatores; fornecer subsídios para o planejamento do uso sustentável das espécies da fauna e flora em UCs; fornecer subsídios para avaliação do estado de conservação da fauna e flora brasileira e para implementação das estratégias de conservação das espécies ameaçadas de extinção e com dados insuficientes para a avaliação (categoria DD); e fornecer subsídios para o planejamento e a avaliação de programas de controle de espécies exóticas invasoras, especialmente em UCs federais.
A inspetora de recursos naturais do Parque Estadual do Cantão, Aline Vilarinho, fala sobre como está sendo a implementação do programa no Parque. “As trilhas foram demarcadas de forma que respeita as especificações técnicas do protocolo e ambientes da UC. As ações incluem armadilhas para borboletas, câmeras instaladas ao longo da trilha que tem 5 km e a cada 1 km é instalada uma câmera trap. Através dessas armadilhas é possível observar a fauna de mamíferos de pequeno e médio porte, além das diversas espécies de aves que existem no PEC”, afirma.
Ainda segundo a inspetora, “a coleta de dados nas trilhas do Canguçu subsidia a construção de uma linha de base robusta para o Parque Estadual do Cantão, possibilitando a identificação de tendências e variações na biodiversidade local ao longo do tempo. Além disso, fortalece a capacidade institucional do Naturatins no acompanhamento dos impactos ambientais e na tomada de decisão voltada à conservação da fauna e à gestão adaptativa da unidade”, finaliza.
As campanhas de campo têm como foco três grupos-chave da fauna: mamíferos de médio e grande porte, aves e borboletas frugívoras, por serem considerados indicadores ecológicos eficientes da integridade ambiental e da efetividade das medidas de manejo.
O monitoramento de mamíferos terrestres é realizado por meio de armadilhas fotográficas (câmeras trap), instaladas estrategicamente ao longo das trilhas. Para o levantamento de aves, são utilizados pontos de escuta e observação visual, com base em protocolos de contagem por tempo fixo e distância radial, respeitando os critérios estabelecidos no manual do ICMBio. O monitoramento das borboletas frugívoras é feito com armadilhas do tipo Van Someren-Rydon, iscadas com atrativos fermentados, instaladas ao longo dos trilhos em diferentes estratos da vegetação. As borboletas são indicadores sensíveis às mudanças ambientais e fornecem dados importantes sobre a qualidade do habitat.
O monitoramento segue o Protocolo Básico de Monitoramento da Biodiversidade, conforme orientações do Instituto ICMBio, visando à padronização dos métodos e à produção de dados comparáveis em nível nacional. Este esforço é parte integrante do compromisso do Naturatins com a implementação do Sistema Nacional de Monitoramento da Biodiversidade (SNMB) e reforça o protagonismo do Parque Estadual do Cantão na conservação da sociobiodiversidade da região do Cantão.