O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) encerrou, nesta segunda-feira (17), uma série de ações de fiscalização e educação ambiental nas regiões norte e central do estado. As atividades, realizadas entre os dias 10 e 17 de novembro, integram a Operação Piracema 2025/2026, período em que a pesca é proibida para permitir a reprodução das espécies. Ao todo, foram apreendidos 1.450 metros de rede de emalhar e 28 kg de pescado impróprios para o consumo.
As iniciativas foram divididas em três frentes. A primeira, com foco na educação ambiental, percorreu as colônias de pescadores dos municípios de Babaçulândia, Filadélfia, Araguaína e Xambioá. O objetivo foi conscientizar pescadores, comunidades ribeirinhas, comerciantes e a população em geral sobre a importância da proibição da pesca para a preservação das espécies nativas. Além disso, a iniciativa serviu para reforçar a necessidade de implementação de ações conjuntas e individuais para o uso sustentável dos recursos naturais.
Cerca de 260 pessoas, a maioria pescadores profissionais artesanais com registro ativo, participaram das orientações. Em Araguaína, fiscais também vistoriaram entrepostos e comércios de pescado.
O gerente de fiscalização do Naturatins, Cândido José, destacou a relevância de aliar conscientização e fiscalização. “A piracema é um momento crucial para manter o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos, o que exige esforço multidisciplinar. É preciso educar a população sobre a importância de assegurar a reprodução dos peixes, ao mesmo tempo em que atuamos no combate a infrações que ameaçam não só o meio ambiente, mas também a renda de muitas famílias”, afirmou.
APA Ilha do Bananal Cantão
Paralelamente, uma equipe do Naturatins realizou uma operação de fiscalização na Área de Proteção Ambiental Ilha do Bananal Cantão, em região de fronteira com estados vizinhos. As ações concentraram-se no combate ao desmatamento ilegal, à caça e à pesca predatórias.
Foram aplicadas multas por infrações ambientais, que totalizaram o valor de R$ 231.000,00. Também foram apreendidos 350 metros de redes de emalhar, 18 kg de pescado de diversas espécies impróprios para o consumo e uma zagaia. Outros equipamentos utilizados em crimes de pesca, como um barco, uma carreta rodoviária e um motor rabeta, também foram confiscados. A operação resultou ainda na apreensão de um animal silvestre e na imposição de embargos ambientais por desmatamentos destinados ao plantio de soja.
Para o fiscal Jusley Caetano, as ações têm sido bem sucedidas no combate às ações criminosas. “Os números evidenciam a atuação eficaz da fiscalização na proteção dos recursos naturais tocantinenses. O volume de material apreendido reforça o impacto positivo das operações em campo”, disse.
Rio Araguaia
A terceira frente se concentrou ao longo do Rio Araguaia, nos municípios de Couto Magalhães, Juarina, Bernardo Sayão, Arapoema e Pau D’Arco. A equipe da Supervisão Regional de Arapoema, com apoio da Polícia Militar, conduziu blitzes terrestres e patrulhamento aquático ao longo do rio e seus afluentes.
Foram abordados 69 veículos, resultando na apreensão de 10 kg de pescado nativo e de 1.100 metros de redes de emalhar. O material foi encaminhado à sede do órgão em Arapoema para destinação final, enquanto o pescado, por estar em mau estado, foi inutilizado e descartado.
Durante as abordagens, foram realizadas orientações à população sobre a legislação ambiental.







