O novo percentual de mistura do etanol à gasolina, de 30%, deve adicionar 1,5 bilhão de litros do biocombustível no mercado brasileiro anualmente, segundo o presidente-executivo da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco. Neste ano, a produção nacional deve ser de 37,3 bilhões de litros, quase um quarto já é proveniente do milho. A maior parte do biocombustível é feita a partir da cana-de-açúcar.
“Na safra passada (2024/25), o setor de etanol de milho adicionou quase 2 bilhões de litros em relação à safra anterior (2023/24). Na safra em curso (2025/26), deveremos adicionar mais 1,7 bilhão de litros. Ou seja, já temos o crescimento da produção e grande parte do milho comprado para os aumentos de produção previstos”, afirmou Nolasco, ao Valor.
“Maior que a litragem, a mensagem que o Brasil passa ao mundo é muito forte, que tem nos biocombustíveis sua maior estratégia de descarbonização”, completou o dirigente.
Segundo ele, as perspectivas de safra cheia de milho, estimada em 128 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 2025, garante oferta de cereal para as usinas de etanol.
“São mais de 13 milhões de toneladas em relação ao que foi produzido na safra passada. Para produzir 1,5 bilhão de litros de etanol precisamos de 3 milhões de toneladas de milho adicionais. Tem milho para todas as cadeias demandantes e ainda excedentes exportáveis”, concluiu.
A produção de etanol de milho saltou 31% da safra 2023/24 para a 2024/25, saindo de 6,3 bilhões de litros para 8,2 bilhões de litros produzidos, segundo a Unem. A projeção é multiplicar a produção e chegar a 21,7 bilhões de litros na temporada 2034/35.