O Ministério da Justiça e Segurança Pública lança o novo Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas (CNPD) nesta quarta-feira (27). A plataforma online vai unificar informações sobre buscas de desaparecidos com o cruzamento de dados de todo o Brasil.
Neste primeiro momento, apenas 12 estados vão poder alimentar o banco do CNPD, todos das regiões Norte e Nordeste.
Segundo o MJSP, a iniciativa é uma resposta à demanda da sociedade por soluções mais eficazes na condução de casos de desaparecimento. Ao acessar o sistema, um painel público apresenta imagens e informações relevantes sobre as pessoas desaparecidas — como idade, vestimentas e um breve resumo das circunstâncias —, tudo georreferenciado segundo a localização do usuário. Assim, qualquer cidadão pode contribuir com a busca de forma simples e acessível.
Neste momento, o painel conta com 47 banners de desaparecidos publicados. As unidades federativas estão publicando os casos conforme análise e após a autorização das famílias. A expectativa do Ministério é que o número de registros aumente continuamente.
A ferramenta representa um avanço: ela integra automaticamente os dados dos boletins de ocorrência, que fortalece o trabalho de investigação e contribui para a resolução mais rápida dos casos.
Em 2024, foram registrados 81.022 desaparecimentos no Brasil. Desses, 55.159 foram elucidados, o que representa uma taxa de localização de 68%.
Veja os estados que já aderiram ao novo CNPD:
- Acre
- Alagoas
- Amazonas
- Amapá
- Bahia
- Maranhão
- Piauí
- Rio Grande do Norte
- Rondônia
- Roraima
- Sergipe
- Tocantins
A CNN questionou os governos do Rio de Janeiro e São Paulo sobre a não adesão neste momento. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que já compartilha dados de desaparecidos com o MJSP desde 2019. Leia abaixo na íntegra:
“O Estado de São Paulo compartilha, desde 2019, dados de registros de pessoas desaparecidas com o Ministério da Justica e de Segurança Pública e, desde o início deste ano, a integralidade das ocorrências dessa natureza por meio da plataforma SINESP. Além disso, está em curso a adesão à plataforma Amber Alert Brasil, com tratativas entre Secretaria de Segurança Pública e o MJ para o acordo. A Pasta ressalta que está à disposição para análise de eventual proposta de integração para além do já praticado regularmente”.
Já o governo do Rio de Janeiro afirma que passará a fornecer informações ao CNPD em um segundo momento. Leia a nota abaixo:
“A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Descoberta de Padeiros (DDPA), participa desde a primeira reunião do desenvolvimento do Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas. Durante reunião em Brasília para o lançamento do CNPD, ficou definido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública que, em um primeiro momento, apenas 13 unidades da federação, que utilizam sistema elaborado pelo MJSP, vão alimentar o banco de dados, mas todos os estados farão consultas. Em um segundo momento, os demais estados, inclusive o Rio de Janeiro, passarão a fornecer informações para o Cadastro também. A Polícia Civil reafirma seu compromisso com a busca por desaparecidos, sendo um dos estados de referência neste trabalho”.