O comerciante Paulo Cupertino Matias, réu pela morte do ator Rafael Miguel e dos pais dele, enviou neste mês uma carta com pedidos à Justiça de São Paulo. No documento, ele fez críticas à exposição do caso e atacou a imprensa: “Mídia suja e hipócrita”.
Preso há três anos no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarulhos, na Grande São Paulo, pediu que a imagem dele no júri –marcado para começar na próxima quinta-feira (29)– não seja liberada para veiculação na imprensa.
Cupertino afirmou que o juiz “tem bem o saber de toda exposição e oportunismo desse processo”. “E sabe, ou imagina, a pressão a qual venho passando por toda essa exposição”.
Ele acrescentou que “tudo” o que pede é que seja julgado de forma “justa”, e não “por uma mídia suja e hipócrita”, que está “manipulando e não respeitando os direitos dados a todo cidadão brasileiro”.
Na carta, o réu também pediu que sua nova defesa possa, “num justo prazo”, “ter acesso ao processo, juntar provas e testemunhas que vêm [sic] a meu favor”.
Cupertino pediu ao juiz “que volte esse processo ao segredo de justiça e que vete doa essa exposição em plenário”.
No mesmo texto, ele também pediu atendimento médico e psicológico e comentou sobre as vezes em que trocou de advogado durante o decorrer do processo.
Pedidos negados
Na semana passada, a Justiça negou pedidos feitos pela defesa do réu. O juiz Antonio Carlos Pontes de Souza, ao negar os pedidos, afirmou que o réu deve “arcar com seus atos”, ao relembrar que Paulo Cupertino destituiu por três vezes os advogados, sendo um particular e duas vezes o defensor público.
“Não se pode aceitar é que a d. advogada, agora constituída, nessa fase avançada do processo (que, repita-se, deve andar para frente, “pro cedere” avançar) queira e requeira, por inúmeras vezes, inovar na instrução probatória, inviabilizando o julgamento na data aprazada”, afirmou o magistrado.
Na decisão, o juiz também destacou que a data do julgamento foi definida em 2024 e as diligências solicitadas não teriam tempo hábil para serem cumpridas e sequer foram aceitas pelo judiciário.
No começo da semana a justiça já havia negado outros pedidos realizados pela defesa. Os pedidos eram para que o julgamento fosse fechado, sem presença de imprensa, utilização de roupas civis, não utilização de algemas e substituição de testemunhas.
Todas as solicitações foram negadas, exceto a utilização de roupas civis, que foi aceita. Sobre a não utilização de algemas, o juiz determinou que a avaliação seja feita no momento do julgamento pela autoridade policial presente.