A presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou nesta segunda-feira (3/1) que os Estados Unidos decidiram pausar por um mês a aplicação das tarifas gerais de 25% para o México após chegarem a alguns acordos na área de segurança.
Em publicação nas redes sociais, Sheinbaum afirmou que, após uma conversa telefônica com o presidente Donald Trump, foi decidido colocar as tarifas em “pausa por um mês a partir de agora”.
Como parte dos compromissos acordados com Trump, a presidente mexicana indicou que o país se comprometeu a reforçar a fronteira norte com 10 mil integrantes da Guarda Nacional de forma imediata para evitar o tráfico de drogas do México para os EUA, especialmente de fentanil.
Por outro lado, o governo dos EUA se comprometeu a trabalhar para evitar o tráfico de armas de alto poder para o México.
O acordo ocorre após Trump anunciar, no sábado, tarifas generalizadas de 25% sobre as importações mexicanas e a maioria dos produtos provenientes do Canadá, além de uma taxa de 10% para o petróleo canadense. Além disso, foi acordado um imposto de 10% sobre as importações chinesas.
Agro
A tarifa de 25% para importação de produtos mexicanos preocupava o mercado agrícola, especialmente de milho. O México é o principal importador mundial de milho, e boa parte de sua demanda é atendida pelos EUA. No entanto, o anúncio de Trump poderia fazer os mexicanos optarem por outras origens, e o Brasil pode sair beneficiado.
“No último mandado de Trump, o México já avançou muito nas compras de milho do Brasil. Devido à uma questão cambial, o nosso produto está competitivo no mercado internacional, e provavelmente será procurado pelo México considerando essa questão tributária americana”, avalia Leonardo Martini, analista de gerenciamento de risco da StoneX.