A Marinha deveria garantir uma frota de submarinos nucleares para vigiar e proteger a costa nacional, de acordo com o Almirante de esquadra e diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, Alexandre Rabello de Faria.
Rabello destaca a importância e a dependência marítima brasileira, que tem cerca de 95% do volume do comércio exterior brasileiro sendo realizado por vias marinhas, além de 90% da extração de petróleo e 80% do gás natural serem provenientes do mar.
A história demonstra a vulnerabilidade marítima brasileira, com o país tendo participado dos últimos dois conflitos mundiais após ataques de submarinos ao seu comércio marítimo. “Se alguém quiser inviabilizar o Brasil, vai fazê-lo via mar. Então, precisamos ser forte no quesito marítimo”, afirmou o Almirante ao WW Especial.
O militar também levanta o lado da extensão costeira brasileira, que tem cerca de 7.491 km de extensão. “Um submarino diesel-elétrico, saindo de uma base no Sul-Sudeste, levaria aproximadamente 15 dias para alcançar a foz do Amazonas”, mas um submarino nuclear faria o percurso em três dias, segundo Rabello.
Faria enfatiza que, assim como a Força Aérea monitora o espaço aéreo e o Exército vigia as fronteiras terrestres, é fundamental implementar um sistema de vigilância para as fronteiras marítimas, consideradas as mais vulneráveis do país.
Projeto estratégico de defesa
O projeto do submarino nuclear, em desenvolvimento há quase 50 anos, é apresentado como solução estratégica para a defesa nacional. O programa, para o Almirante, representa um marco histórico na capacidade científica e tecnológica do país.
“É um projeto de conquista da ciência, porque ninguém nos ensinou o que estamos fazendo. É um projeto de engenheiros brasileiros”, conclui o diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha.
A marinha considera a iniciativa, que tem previsão de ser completo em 2035, como um “incremento sem precedentes na Força Naval brasileira”
WW Especial
Apresentado por William Waack, programa é exibido aos domingos, às 22h, em todas as plataformas da CNN Brasil.