Uma dona de casa de Palmas tomou o maior susto ao tentar marcar uma consulta médica para a filha. Juliana Serra da Silva descobriu que para o cadastro do Sistema Único de Saúde (SUS) ela e a pequena Ávilla Mykelly, de apenas três anos, estão mortas.
A descoberta da informação errada aconteceu há exatamente um ano. Desde então, Juliana está enfrentando diversas dificuldades para tentar reverter o cadastro errado no SUS.
“Cheguei para marcar uma consulta para minha filha e descobri que ela estava em óbito e resolvi marcar uma para mim também. Chegando lá o funcionário disse que eu também estava em óbito e não conseguiria marcar a consulta”, contou.
Diante de um problema que não era resolvido, ela chegou a avisar que chamaria a polícia na unidade. “Porque um caso desse não podia ficar [sem resolver]. Com minha filha doente e eu doente também”, reclamou Juliana.
Mesmo depois de registrar um boletim de ocorrência na delegacia, elas continuam dadas como mortas. A situação que tem gerado transtornos. Ela precisa fazer exames de rotina, mas não consegue marcar e também não tem acesso a alguns resultados de outros que já fez por causa disso.
Conforme os documentos que ela conseguiu, quem declarou a morte de mãe e filha no sistema do SUS foi uma servidora chamada Valdelice da Silva Coelho. Entretanto, na unidade de saúde que Juliana fez o cadastro, não existe ninguém com esse nome.
“Deu alterações de câncer no meu útero, então é uma coisa importante, principalmente par nós, mulheres, e eu não consigo nenhum desses exames e nada que faça eles ligarem para mim, porque não tem como ligar para uma pessoa que está em óbito”, afirmou.
A TV Anhanguera apurou que há uma servidora com nome semelhante no estado do Paraná. A equipe de reportagem ligou para a unidade de saúde onde ela está lotada, no município de Altonia, mas ninguém atendeu.
“Me sinto indignada, me sinto envergonhada também porque a gente está correndo atrás de questão de saúde, de uma coisa que era para ser livre, direito e a gente não está tendo”, lamentou a dona de casa.
O que dizem os órgãos de saúde
As secretarias de Saúde do município e do estado foram questionadas sobre a situação de Juliana e Ávilla. A SES orientou que as pacientes precisam ir até as unidades de referências para corrigir os equívocos.
Já a Semus afirmou que detectou uma divergência no CadSUS e que entrará em contato com o Ministério da Saúde para apurar a situação.
O Ministério da Saúde e a Secretaria de Saúde do Paraná também foram questionados, mas não responderam até a publicação desta reportagem.
Veja nota da SES na íntegra:
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-TO) informa que a realização e atualização da população no Sistema Único de Saúde (SUS) é realizada nas unidades básicas de saúde, sob responsabilidade dos municípios.
A Pasta orienta as pacientes a procurarem as unidades de referências para corrigir os equívocos.
Veja posicionamento da Semus na íntegra:
A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) de Palmas informa que detectou uma divergência no CadSUS. A secretaria entrará em contato com o Ministério da Saúde, responsável pelo sistema, para verificação e correção.
Informa ainda que entrou em contato com a paciente e prestou todos os esclarecimentos necessários.
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