O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planeja um encontro com o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador (AMLO), dias antes de ele deixar o poder.
A visita oficial está prevista para ocorrer em setembro. A ideia é que Lula passe pelo México a caminho da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, onde fará o discurso de abertura dos trabalhos, em 24 de setembro.
Primeira mulher eleita à presidência no México, Claudia Sheinbaum venceu as eleições em junho com o apoio de López Obrador e tomará posse no dia 1º de outubro. O presidente brasileiro deverá mandar um representante para a cerimônia.
Em junho, ao parabenizar Sheinbaum pela vitória, Lula disse que gostaria de ir ao México fazer um agradecimento especial a AMLO.
“Eu pretendo fazer alguma visita de agradecimento ao López Obrador pelo carinho que ele teve comigo quando eu não era presidente ainda, e também pela possibilidade que o Brasil quer ter de aumentar muito o comércio com México. Nós somos as duas maiores economias do continente. Portanto, nós ainda temos pouco fluxo no comércio, poderíamos ter muito mais e mais empresários investindo no Brasil e no México e mais empresários brasileiros investindo no México para que as suas economias cresçam”, disse o brasileiro na ocasião.
A visita deverá ocorrer mesmo após o México ter se afastado de Brasil e Colômbia nas negociações para a solução para o processo eleitoral na Venezuela.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou a reeleição de Nicolás Maduro, o que é contestado pela oposição, que teve Edmundo González como candidato.
Na terça-feira (13), em entrevista coletiva à imprensa, López Obrador descartou conversar com Lula e com o colombiano Gustavo Petro sobre a crise venezuelana. A jornalistas, o mexicano disse que vai esperar a decisão da Justiça venezuelana.
“Agora não, porque vamos esperar que o tribunal (da Venezuela) decida”, disse López Obrador.
Sheinbaum, na segunda (12), disse que não se comprometia em seguir no diálogo sobre o processo da Venezuela e que essa era uma atribuição de organizações internacionais.
Desde o início, o Brasil adotou uma postura de exigir a divulgação das atas eleitorais e tem tentando se manter como um interlocutor de Maduro e González.
A negociação vinha sendo feita em conjunto com Colômbia e México. Em 1º de agosto, Lula, Petro e Obrador, após uma conferência, divulgaram uma nota conjunta pedindo que a Venezuela divulgue os dados desagregados da eleição após “controvérsias”.