Uma conversa de uma hora e meia no Palácio da Alvorada, nesta sexta-feira (9), selou a paz entre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmam fontes ligadas a ambos.
O pedido por uma reunião partiu de Arthur Lira e foi aceito por Lula, que nos bastidores demonstrava irritação com as falas do presidente da Câmara na abertura do ano legislativo.
Aliados alegam que a conversa foi “muito boa” e consideram que não haverá mais atrito entre Planalto e Câmara. A auxiliares, Lira disse que “zerou” as desavenças com o Executivo. Ele já havia recuado anteriormente e, um dia após o discurso que irritou Lula, teria ventilado a aliados que não escalaria a crise com o Planalto.
Na conversa, Arthur Lira teria dito ao presidente Lula que sempre apoiou o governo com uma postura “colaborativa” e recordou que foi o reconheceu prontamente a vitória do petista, após as eleições.
Lira também elencou a lista de apoios ao Executivo na Câmara, onde tem uma base forte de votos, com a aprovação de matérias de interesse do governo – a exemplo da PEC da Transição e demais propostas da agenda econômica: reforma tributária, arcabouço fiscal, Carf, Leis e Garantias, Offshore, Desenrola, Apostas Esportivas, LDO, etc.
O presidente da Câmara voltou a reclamar do que considera descumprimento de acordo do governo com a Câmara, com ponderações sobre vetos presidenciais não acertados previamente com parlamentares. A MP da reoneração apresentada pela Fazenda, em dezembro, à revelia do Congresso, também foi alvo de críticas na conversa.
Já Lula quis saber o motivo do tom duro adotado por Lira na sessão de abertura do Congresso. Lira justificou que foi uma reação à falta de resposta sobre as reclamações ao Planalto.
Líderes próximo a Lira avaliam que, a partir de agora, não haverá mais problemas, a agenda de votações será fechada em “comum acordo”.
A relação com Planalto estava estremecida desde o final ano passado, quando Lira e líderes do Centrão reclamavam da demora no pagamento de emendas parlamentares. O Ministério da Saúde, em especial, tem sido alvo de críticas dos parlamentares.
Agora, parte do Congresso também está insatisfeita com o veto presidencial em cima de cerca de R$ 5,6 bilhões em emendas de comissões do Congresso, e voltou a defender um controle maior dos parlamentares sobre o orçamento federal.
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