O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que conversará com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em busca de apoio contra a ordem de prisão do colega de bancada, o deputado Alexandre Ramagem. O cacique da oposição está confiante de que reverterá no plenário da Casa a ordem contra o aliado.
“Não sabia da determinação, soube através da reportagem. Quando soube da possibilidade de Ramagem estar fora do país, tentei falar com ele, mas não consegui. Em caso de realmente fora do país, já seria previsto [a ordem de prisão]. Ele tinha uma cautelar de passaporte, se não me engano”, afirmou Sóstenes ao Metrópoles.
O líder do PL disse estar confiante de que terá o apoio de Motta contra o pedido de prisão e que os deputados votarão com a oposição para sustar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). “Ele tem mandato. Vamos esperar a Câmara deliberar sobre. Vamos fazer campanha contra [a prisão]. O presidente [Motta] já foi muito solícito quando votou a sustação, e tivemos uma votação expressiva. Não sei se vamos repetir”, disse.
Sóstenes fez referência à campanha do PL para suspender a ação penal contra Ramagem, relacionada a atos do 8 de Janeiro. A medida foi aprovada em Plenário por 315 votos a 143 e 4 abstenções, em maio, numa resposta da oposição e centrão contra o que consideram uma ofensiva da Suprema Corte contra a Câmara.
Ramagem é próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e foi diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo passado. O deputado se tornou réu no processo de tentativa de golpe de Estado, em curso no STF. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), ele fazia parte do chamado “núcleo crucial” da trama, sendo responsável por dar suporte técnico à organização.
Ramagem tinha medidas cautelares, como a proibição de se ausentar no país, com determinação da entrega de todos os passaportes (nacionais de estrangeiros) em face das investigações contra o deputado. Apesar disso, ele foi visto em Miami, o que significaria um descumprimento direto da ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes.







