Apesar do lançamento do senador Flávio Bolsonaro (PL) como nome do Partido Liberal para 2026, o secretário de Governo e Relações Institucionais de São Paulo, Gilberto Kassab, afirma que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-PB) segue sendo a melhor opção para o Brasil na disputa presidencial.
Kassab, que também preside o PSD, desejou boa sorte ao filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas reiterou que a sigla deve lançar um nome próprio na próxima eleição presidencial. “Eu ainda entendo que o Tarcísio é o melhor candidato para o Brasil. Isso se ele for candidato, porque as coisas estão se aquecendo ainda, né? Se ele for candidato, ele terá o apoio do PSD”, adiantou.
O secretário paulista é um dos principais defensores da candidatura de Tarcísio e, até recentemente, contava com o aval de Jair Bolsonaro para consolidar o projeto. O cenário, porém, mudou com o anúncio de Flávio Bolsonaro de que teria sido escolhido pelo pai para representar o clã nas urnas — o movimento expôs fissuras na direita, e não encontrou unanimidade entre aliados.
Segundo Kassab, caso Tarcísio decida não concorrer, o PSD pretende lançar um nome interno para ocupar o espaço: o governador do Paraná, Ratinho Jr., ou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Ambos, ao contrário de Tarcísio, são filiados ao partido comandado por Kassab.
“O Flávio, sendo candidato, eu desejo boa sorte a ele, que ele possa fazer uma boa campanha. Mas o PSD sempre teve a sua posição muito clara. O PSD tem como decisão apoiar o Tarcísio caso ele seja candidato. E, se ele não for candidato, nós temos dois pré-candidatos dentro do partido. Dois governadores muito bem avaliados, muito experientes, que um dos dois será o nosso candidato. O governador Ratinho ou o governador Eduardo Leite.”, completou.
Apesar de defender a presença do PSD na disputa presidencial, Kassab afirma que “nada impede” que o partido esteja com Flávio Bolsonaro em um eventual segundo turno. “Eu acredito que o centro e a direita vão caminhar juntos no segundo turno”, concluiu.
As declarações de Kassab foram dadas a jornalistas durante evento do Todos Pela Educação, dedicado a discutir os desafios e os caminhos para uma educação de qualidade no Brasil, que reúne diversas personalidades políticas do país.
PL da Dosimetria
Questionado sobre a tramitação do PL da Dosimetria, cujo texto pode beneficiar o ex-presidente Bolsonaro e outros condenados pelo 8 de Janeiro, e foi aprovado pela Câmara nesta semana, Kassab foi evasivo. Afirmou ser uma pessoa “conciliadora” e que acredita que este é um “bom projeto para o país”.
“Se eu fosse parlamentar, eu votaria a favor, entendendo quem não vote a favor. Mas, se eu fosse parlamentar, eu votaria a favor”, destacou.
O PL da Dosimetria, aposta da direita para chegar até uma anistia para os envolvidos no 8 de Janeiro, foi abordada inicialmente por Flávio como uma suposta moeda de troca para retirar a candidatura. O movimento foi visto com reticências até mesmo por aliados, e o senador voltou atrás poucos dias depois, afirmando que a presença nas urnas em 2026 era “irreversível”.
Pouco depois das declarações de Flávio, o presidente da Câmara, Hugo Motta, anunciou que pautaria para esta semana o projeto —o que resultou na aprovação do texto na madrugada de quarta-feira (10/12). No entanto, Motta, em fala a jornalistas, afirmou que a decisão de pautar o PL da Dosimetria não tinha nada a ver com pressões externas.






