A Justiça de Pernambuco decidiu manter a prisão de Cayo Lucas Rodrigues dos Santos, de 22 anos, e de Paulo Vinícios Oliveira Barbosa, 21. Cayo é suspeito de ameaças e crime virtuais contra o influenciador Felca, e Paulo foi preso em flagrante durante o cumprimento do mandado de prisão contra Cayo por estar manipulando um computador onde os crimes teriam sido cometidos.
A audiência de custódia foi realizada no Fórum da cidade de Olinda, na Região Metropolitana do Recife, na terça-feira (26). Os dois foram levados para o Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima.
O juiz José de Andrade Saraiva Filho, responsável pela análise do caso, apontou na decisão que não cabia a concessão de liberdade provisória. “Entendo ser incabível a concessão da liberdade provisória para ambos, considerando a presença de indícios suficientes de autoria e prova da materialidade. Os relatos dos autos são extremamente graves, havendo indícios de que os autuados integrem organização criminosa para invasões de sistemas de segurança, a nível nacional”, escreveu o magistrado.
A investigação começou após a prisão de Cayo Lucas, em Olinda, quando ele foi flagrado conectado a sistemas restritos da segurança pública. De acordo com a Polícia Civil, o jovem teria aprendido a realizar invasões assistindo a tutoriais na internet e utilizava logins de policiais para consultar dados sigilosos. As informações eram comercializadas em comunidades digitais por valores que variavam entre R$ 20 e R$ 40.
Ao lado dele, também foi detido Paulo Vinícios, suspeito de integrar o mesmo esquema. Segundo os investigadores, além de acessar registros oficiais, os dois teriam manipulado informações e até criado falsos mandados de prisão contra desafetos. Durante depoimento, Cayo teria admitido possuir credenciais para acessar sistemas de segurança de diferentes estados do país.
A prisão ganhou repercussão porque Cayo é suspeito de enviar ameaças de morte ao influenciador digital Felca, através de e-mails, após o criador de conteúdo publicar um vídeo denunciando a adultização de crianças e adolescentes.
As Polícias Civis de Pernambuco e São Paulo apuram ainda se o investigado tem relação com redes de exploração sexual infantojuvenil em ambiente digital.
Os crimes investigados são de invasão de dispositivo informático, ameaça, perseguição e associação criminosa.