Uma mulher de 60 anos e o filho dela, de 40 anos, foram condenados por envolvimento no assassinato de Faustino Brito Lima, aos 74 anos. A vítima foi encontrada com a cabeça dilacerada por golpes de marreta e o corpo parcialmente queimado. O assassinato teria acontecido após uma briga pelo patrimônio do casal. Durante o julgamento foi revelada uma trama para ocultar o crime.
O corpo de Faustino Brito foi encontrado às margens da TO-222 na zona rural de Babaçulândia, em março de 2022. O enteado foi preso no mês seguinte suspeito do crime. Durante a tentativa de despistar os investigadores, mãe e filho chegaram a lavar e pintar as paredes de uma casa, além de tentar trocar o estofado de um carro para não deixar vestígios do corpo.
O julgamento dos réus começou na terça-feira (11) e terminou na noite desta quarta-feira (12), no Fórum de Araguaína. A viúva foi condenada a 1 ano e três meses de prisão em regime aberto.
O filho dela, homem de 40 anos, foi condenado a mais de 15 anos por homicídio qualificado, destruição e ocultação de cadáver e fraude processual. A pena será cumprida em regime fechado.
Os nomes não foram divulgados e o g1 ainda tenta contato com a defesa, que pode recorrer da condenação ao Tribunal de Justiça.
Motivo do crime
Conforme o Tribunal de Justiça, a viúva registrou um boletim de ocorrência no dia 28 de março de 2022 afirmando ter saído de casa e deixado o esposo. Conforme a denúncia, ela retornou horas depois e não encontrou mais Faustino.
Na certidão de óbito do aposentado, registrada pela própria viúva, foi informado que ele não havia deixado bens a inventariar e nem testamento.
No mesmo dia, policiais encontraram um corpo às margens da rodovia TO-222 no sentido Araguaína a Filadélfia, mas nem o enteado nem a viúva reconheceram o corpo. A identidade só foi confirmada após exames legais.
Faustino tinha quatro filhas de outro casamento e uma delas prestou depoimento apontando a viúva como suspeita. Ela disse que os seus irmãos viviam distantes dos pais, mas ela o visitou em 2019 e isso desagradou a então esposa.
A filha também contou que a viúva chegou a pedir que os filhos de Faustino declarassem não haver bens em nome dele, alegando que os imóveis que possuíam seriam bens comuns do casal e não deveriam ser partilhados.
Como o crime aconteceu
O enteado de Faustino foi preso em abril de 202 e confessou o crime. Ele acompanhou os investigadores até o imóvel onde ocorreu o assassinato e participou de um vídeo descrevendo todos os fatos.
Durante o processo, ele contou que sua mãe e o padrasto estavam discutindo sobre o patrimônio quando entraram em luta. Nesse momento, ele interferiu na discussão, mas foi repelido pela vítima.
Depois, conforme o TJ, o enteado apanhou uma marreta e acertou a cabeça da vítima que caiu.
Após a morte, os dois atearam fogo no corpo da vítima, mas apagaram as chamas, colocaram o corpo dentro do próprio carro da vítima e levaram até o local onde foi abandonado, porque o veículo apresentou falha mecânica.
De acordo com o processo, os dois limparam o local do crime, pintaram as paredes do imóvel para ocultar manchas de sangue, lavaram o carro e retiraram todos os forros da parte traseira do veículo, onde o corpo foi transportado.
O veículo foi apreendido quando a viúva estava em um estabelecimento trocando os estofados do carro.
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