O jovem guarda noturno James Johnson, 21 anos, entrou em coma e ficou internado por três meses em 2024 após desenvolver uma pneumonia grave relacionada ao uso de vape.
O homem foi levado às pressas para uma unidade de terapia intensiva após começar a vomitar sangue subitamente. Ele usava o cigarro eletrônico regularmente há um ano quando começaram os sintomas.
O guarda passou duas semanas em coma e mais três meses internado devido a uma pneumonia bilateral, condição que, segundo os médicos, foi provocada pelos produtos químicos inalados durante o uso frequente do vape. Durante a internação, o coração de James chegou a parar e ele precisou ser reanimado.
O jovem contou que utilizava vapes constantemente para passar o tempo durante seus períodos de vigília noturna. Os dispositivos descartáveis que ele usava duravam apenas dois dias devido ao alto consumo.
“Tive muito medo de perder a todos que amo, a minha família, tudo colocado em risco apenas por um vapor com sabores artificiais. Meu conselho é que nunca se use vape, não é legal quase morrer. Confie em mim”, diz ele em uma postagem no Facebook.
Efeitos devastadores da doença
O segurança foi diagnosticado com pneumonia bilateral, condição caracterizada pela inflamação dos dois pulmões, agravada pela presença de substâncias tóxicas no vape. Ele também desenvolveu uma infecção generalizada que quase o vitimou.
O caso aconteceu poucos meses após o nascimento da filha de James, que, ao despertar após duas semanas desacordado, não reconhecia nem a companheira nem a bebê. O jovem diz ter sido alertado pelos médicos de que, se continuasse fumando, não chegaria aos 40 anos. Além da confusão do coma, ele enfrentou um período prolongado de dificuldades motoras, sem conseguir andar ou falar nas primeiras semanas após despertar.
Agora, James enfrenta sequelas permanentes, incluindo a perda da capacidade total de um dos pulmões. Ele deixou de fumar e se dedica a conscientizar outras pessoas sobre os riscos do uso de cigarros eletrônicos.
Riscos do uso de cigarros eletrônicos
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) publicou em 2024 um posicionamento alertando sobre os impactos negativos dos cigarros eletrônicos na saúde cardíaca.
“Existem riscos cardiovasculares comprovados com o uso desses dispositivos, como hipertensão arterial, arritmias cardíacas, aumento do estresse oxidativo e aterosclerose arterial obstrutiva, além de maior probabilidade de infarto do miocárdio. Indivíduos que fazem uso habitual do cigarro eletrônico apresentam uma probabilidade 1,79 vez maior de ter infarto em comparação com não fumantes”, alertou o médico Ricardo Pavanello, representante da SBC, no lançamento do alerta.