O Ministério Público Federal (MPF) abriu um procedimento para apurar a origem do incêndio no Parque Nacional do Itatiaia, no sul do estado do Rio de Janeiro, que atinge a unidade de conservação desde a última sexta-feira (14).
A investigação ocorre tanto na esfera criminal quanto na área cívil De acordo com o MPF, a instauração da notícia fato ocorreu a partir do recebimento de 20 representações ao órgão.
“O prazo de tramitação da notícia de fato é de 30 dias, podendo ensejar a instauração de Inquérito Civil e procedimento de apuração criminal”, informou o Ministério Público Federal.
O incêndio começou em um área conhecida como Morro do Couto, onde 415 militares da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) faziam treinamento. O início da queimada ocorreu no dia em que a unidade de conservação – a mais antiga do país – completou 87 anos.
Nesta quinta-feira (20), o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) informou que uma nova análise com imagens de satélite apontou que 300 hectares da unidade de conservação foram atingidos pelo fogo. Anteriormente, se estimava que eram 200 hectares.
O incêndio foi controlado, mas há ainda áreas de difícil acesso com pontos onde o fogo permance. Vinte e cinco agentes seguem atuando no combate.
O parte alta do Parque Nacional de Itatiaia segue fechada até pelo menos o próximo domingo (23), quando será feita uma nova avalição sore a retomada da visitação. Nesta época do ano, região registra as temperaturas mais baixas do país e atrai montanhistas e turistas em busca de frio
O primeiro parque nacional do Brasil abriga na parte alta o Pico das Agulhas Negras, o quinto mais alto do Brasil, com 2.790,94 metros, segundo o IBGE. Localizado na divisa entre Rio e Minas, o ponto culminante no estado fluminense, e o terceiro no território mineiro.
Investigação do ICMbio
O ICMbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) também abriu procedimento administrativo interno para apurar a causa e a origem do incêndio. Não há prazo para a conclusão da perícia.
De acordo com o ICMBio, o local onde teve início o incêndio foi isolado. A apuração vai identificar vídeos das câmeras de monitoramento da região e mapeamento da área com o uso de drone com câmera de infravermelho.
Imagens de câmera do próprio parque nacional mostram os veículos do Exército deixando o local após o início do fogo.
De acordo com informações da Aman, 415 cadetes realizavam na parte alta do parque o Estágio Básico do Combatente de Montanha, atividade prevista para a formação do oficial.
Ainda de acordo com o Exército, os militares identificaram o foco do incêndio e começaram o combate. Porém, o vento forte e a vegetação seca fez o fogo se alastrar rapidamente. A Força informou que está à disposição para contribuir com a investigação.
O Exército informou que as viaturas que participavam do exercício foram retiradas do local por questão de segurança. E acrescentou ter mobilizado o apoio ao Parque Nacional do Itatiaia com um efetivo de 100 militares da Brigada de Combate a Incêndio da Aman, viaturas cisternas com água, cozinhas móveis para confecção de refeições para as equipes, aeronaves para transporte de militares para a região do incêndio, bem como para transporte de água até os focos do incêndio.
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