Os incêndios na Chapada dos Veadeiros já duram duas semanas e atingem parte do Parque Nacional, unidade de conservação localizada no nordeste de Goiás. Autoridades suspeitam de ação criminosa. No município de Cavalcante, o fogo foi contido, mas equipes ainda atuam no controle de outros focos na região da Chapada.
Como mostrou o Metrópoles, na última sexta-feira (10/10) a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) notificou ao menos 30 proprietários de imóveis rurais para que paguem multa pelos incêndios que castigaram a região.
Segundo o órgão, duas pessoas foram presas. A pena por dar causa a queimadas prevê multa que vai de R$ 3 mil a R$ 50 milhões, além de até oito anos de reclusão.
O levantamento das propriedades responsabilizadas foi feito com auxílio de imagens de satélite. As notificações ocorreram no âmbito de uma operação que teve início na última segunda-feira (6/10), envolvendo fiscais da Semad, militares do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar de Goiás (PMGO), e agentes da Polícia Civil de Goiás (PCGO).
Até a última atualização da Semad, foram queimados 28,8 mil hectares em Niquelândia, 43,6 mil em Cavalcante e 532 em Alto Paraíso, totalizando cerca de 73 mil hectares.
Crime
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Estado do Goiás (CBM-GO), Washington Luiz Vaz Júnior, declarou, em uma coletiva de imprensa, que o entendimento da corporação é de que mais de 90% dos incêndios são provocados por ação humana.
Provocar incêndio em vegetação nativa resulta em multa de R$ 10 mil por hectare destruído.
Se as queimadas afetarem ou forem cometidas em zona de amortecimento de unidade de conservação, como é o caso da Chapada dos Veadeiros, que integra a Área de Preservação Ambiental (APA) de Pouso Alto, o valor das multas deve ser aplicado em dobro, até o limite de R$ 50 milhões.
O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros abrange os municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Teresina de Goiás, Nova Roma e São João d’Aliança, e possui área total aproximada de 240 mil hectares. Em 2001, o local foi declarado Patrimônio Natural da Humanidade, pela UNESCO.