Um dos grandes nomes da temporada vitoriosa do Botafogo em 2024 foi o centroavante Igor Jesus. O ápice da carreira, conquistado em apenas cinco meses do clube, o deu a oportunidade de deixar o Brasil, mas ele disse “não” ao recusar uma proposta de R$ 185 milhões do Nottingham Forest, da Inglaterra.
Em entrevista exclusiva ao ge, o atacante explicou a decisão, baseada na confiança em novos bons momentos, apesar de assumir o desafio da “régua alta” após dos títulos.
Igor Jesus explica o motivo de rejeitar proposta para deixar o Botafogo
– “Tudo tem um propósito. Eu cheguei no Botafogo no meio da temporada e tive momentos muito bons. Acho que o sentimento que criei dentro do clube é algo surreal, até porque tive bons momentos, não somente aqui dentro do clube, mas com a minha família. Acho que todos eles estão felizes com o que tenho feito e o que o clube proporcionou a mim. Então acho que eu poderia ficar aqui mais um pouco, até porque tem um Super Mundial que tenho vontade de disputar”.
– “Eu sabia o quanto seria difícil essa temporada, até porque depois vencer dois campeonatos, no ano consecutivo, claramente você tem mais dificuldade. Todas as equipes querem vencer o Botafogo. Particularmente, eu queria enfrentar esse desafio até porque na minha vida sempre joguei em clubes que sempre pensaram que pensavam em vencer. E, claramente, tivemos a oportunidade de vencer duas taças, mas infelizmente não fomos felizes. Agora é se manter firme e forte, com pensamento positivo porque, agora, com o novo treinador, creio que vai nos ajudar muito“ – justificou.
Os bons momentos vividos em 2024 deram a ele um outro “presente”, que foi a chance de, pela primeira vez, vestir a camisa da seleção brasileira principal. Mas o camisa 99 não foi chamado na última convocação.
A explicação passa pela instabilidade de resultados no próprio Botafogo, inclusive de Igor, que fez apenas um gol em oito jogos em 2025. No entanto, para ele, é possível retornas às listas a partir desse novo momento com Renato Paiva.
– “Acho que hoje a Seleção é muito mais momento, e o jogador que está melhor no momento vai ser convocado. Nosso começo de ano prejudicou um pouco, mas eu não me abalo em relação a isso, somente tenho que continuar trabalhando. Agora, a chegada do Paiva vai me ajudar bastante para que eu possa voltar para a Seleção e fazer o que eu sei fazer em campo e ajudar a equipe da melhor forma para sair com um bom resultado”.
– “Com certeza (faz falta vestir a camisa da Seleção). O cara fica um pouco abalado até porque todo jogador quer vestir a camisa da Seleção e isso é importante. Mas é continuar trabalhando para, quando eu estiver a oportunidade novamente, aproveitar da melhor forma.”
Igor já havia dito que seu novo posicionamento em campo será mais próximo do gol, mas revelou que algumas características do time vencedor de Artur Jorge serão mantidas pelo novo treinador.
Segundo ele, o quarteto ofensivo vai seguir “móvel”, na tentativa de confundir o adversário, mas a ideia é que ele tenha mais oportunidades com o novo posicionamento.
– “No plano de jogo do Artur (Jorge), eu jogava um pouco mais à vontade até porque eu tinha muita liberdade para flutuar e abrir espaços para os pontas, até porque eu, o Luiz, o Almada e Savarino alternávamos as posições e isso que causava dificuldade para as equipes encaixarem a marcação”.
– “Hoje, com o Paiva, ele tem a mesma linha de pensamento, mas com os jogadores mais entrelinhas, comigo em uma posição de nove mesmo. Tenho mais a oportunidade de ficar dentro da área mesmo porque ele tem me cobrado muito isso. Estar ali para uma bola rebatida e quando tiver a sobra, poder finalizar em gol. Isso vai me ajudar bastante estar mais perto do gol para aproveitar melhor as oportunidades.”
“Eu, particularmente, senti muito porque se trata de três taças muito importantes para nós porque queremos sempre vencer, nunca entramos somente para jogar. Competições como essas, Supercopa, Recopa e Carioca não foi como queríamos. Mas acho que tudo tem um propósito. Tivemos um mês que está nos ajudando muito, até porque tivemos só 10 dias de preparação (em janeiro) e íamos sofrer muito na temporada só com esses dez dias. Com a chegada do Paiva, por entender os jogadores e ver a qualidade que a gente tem, e implantar o trabalho que ele tem na mente para que possamos fazer uma boa temporada.”— Igor Jesus, atacante do Botafogo