O PL, partido de Jair Bolsonaro (PL), tem feito um mapeamento interno em busca de reverter votos para derrubar o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o projeto que aumenta o número do cadeiras na Câmara de 513 para 531.
O partido, que tem 88 deputados, prometeu entregar mais 18 votos favoráveis à derrubada do veto caso o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decida votar o projeto que anistia os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. Quando o texto foi analisado na Câmara, 70 deputados do PL foram favoráveis à proposta.
A CNN apurou que Hugo Motta pediu apoio do PL, de Jair Bolsonaro, e do PT, de Lula, para derrubar o veto. Sob reserva, petistas admitem que também podem ajudar a reverter o veto, a depender do que será decidido sobre a proposta da anistia.
A base governista tenta esvaziar o apoio à urgência do texto e só admite votar o projeto com a certeza de que terá votos para barrar a tramitação acelerada da proposta.
Avaliação de deputados petistas é a de que Lula entende que o projeto carrega um debate regionalizado sobre o tamanho das bancadas nos estados, e, portanto, não seria uma derrota pessoal ao governo.
A proposta foi vetada pelo presidente em junho deste ano, mas a decisão poderá ser revista na próxima sessão do Congresso, que deve ocorrer ainda neste mês.
A medida dividiu opiniões no governo. Por parte da ala política, interlocutores avaliavam que Lula deveria deixar o prazo vencer. Assim, o presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP), seria responsável pela promulgação da lei.
Por outro lado, uma parte do Palácio do Planalto afirmava que a ausência de uma manifestação de Lula poderia repercutir negativamente na opinião pública.
Uma das considerações a favor do veto foi feita pelo Ministério da Fazenda. A pasta avaliou que o aumento no número de parlamentares na Câmara dos Deputados fere a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Uma pesquisa da Genial/Quaest, desta quarta-feira (10), aponta que 85% dos brasileiros reprovam o aumento de cadeiras na Câmara dos Deputados.
Para reverter o veto, o Congresso precisará da maioria absoluta nas duas Casas, com 257 votos de deputados e 41 senadores.