Para selar a fase de articulações pré-eleitorais, senadores organizam um jantar de homenagem a Davi Alcolumbre (União-AP) na próxima sexta-feira (31).
O amapaense construiu uma série de acordos com partidos que vão do PL ao PT e é visto como candidato favorito e isolado ao comando do Senado.
Os senadores Izalci Lucas (PL-DF) e Weverton Rocha (PDT-MA) planejavam eventos para o mesmo dia, e a ideia foi unir as duas agendas e fazer uma costelada de confraternização antes da volta aos trabalhos, programada para o sábado (1), quando haverá eleição do novo presidente e das novas mesas diretoras.
Alcolumbre tem um perfil diferente do atual presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ele é visto pelos parlamentares como um senador mais disposto a fazer articulação política em jantares e confraternizações, sempre com comes e bebes para agradar aos colegas.
Pacheco ficou no comando da Casa por quatro anos, a partir de 2021, justamente pela articulação feita por Alcolumbre quando o STF vetou a possibilidade de reeleição. O amapaense presidiu a casa entre 2019 e 2021.Play Video
Alcolumbre tem intensificado as agendas de corpo a corpo com os parlamentares nos últimos dias, com conversas individuais e jantares com grupos de senadores.
Acordos para distribuição de cargos
Até aqui, o clima no Senado é de celebração de acordos com a chegada de Alcolumbre para obedecer as regras de proporcionalidade das bancadas na distribuição de cargos.
O PL e o PT devem dividir as vice-presidências da casa, com as indicações de Eduardo Gomes (PL-TO) e de Humberto Costa (PT-PE) para a primeira e a segunda vice, respectivamente.
Petistas devem retomar o comando da Comissão de Educação, após mais de uma década longe da função em um colegiado que lida com temas considerados muito caros aos partidos. A senadora Teresa Leitão (PT-PE) deve ser indicada presidente da pasta em substituição a Flávio Arns (PSB-PR).
O PT também terá direito a presidência de um segundo colegiado, com grandes chances de ser a Comissão de Meio Ambiente, mas sem martelo batido ainda.
Já o PL terá a Comissão de Segurança Pública, que lida com temas considerados prioritários para o partido e até o final de 2024 estava sob comando do PSD. O partido deve confirmar o senador Flávio Bolsonaro (RJ) como presidente do colegiado.
O PL deve presidir ainda a Comissão de Infraestrutura, hoje com o MDB, e indicar Marcos Rogério (RO) para a função.
A Comissão de Assuntos Econômicos de ficar com o MDB; a de Constituição e Justiça com o PSD, com a presidência de Otto Alencar (BA).
Apesar dos cenários já bem consolidados, senadores ainda debatem algumas distribuições de cargos e esperam aparar as arestas que restam até sexta-feira, após rodadas de conversas com as bancadas.