“Foi rápido, ela poder realizar logo esse procedimento, ter uma qualidade de vida melhor de coisas que ela poderia ter sintomas no futuro. Não tenho condições de arcar com a cirurgia, e poder fazer pelo Sistema Único de Saúde é muito bom”.
A declaração é da moradora de Alvorada, Zaine Pereira Xavier, mãe da pequena Eliza, de cinco anos, atendida no mutirão realizado pelo Hospital Geral de Palmas (HGP), nos dias 13 e 14 de fevereiro, para atender crianças com cardiopatia congênita.
A ação finalizou no Dia Internacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita, no serviço de Hemodinâmica da unidade, em pacientes devidamente encaminhados pela Central Estadual de Regulação (CER). Em 2024, foram realizados na unidade 72 procedimentos em pacientes pediátricos.
O hemodinamicista, especialista em intervenções percutâneas nas cardiopatias congênitas Paulo Correia Calamita, explicou que, “realizamos cateterismo de crianças e todas as faixas etárias diagnosticadas com a doença. A cardiopatia congênita é uma malformação de nascença. Conseguimos detectar cardiopatias congênitas no útero da mãe por meio de um exame que já está na portaria do SUS, que é o ecocardiograma fetal, que deve ser realizado entre 24 e 28 semanas, faz o exame e já consegue detectar o perfil de gravidade da doença e planejar com segurança o melhor local para o mesmo nascer, bem como a programação das formas de correção do defeito. Um a cada 100 nascidos vivos tem uma cardiopatia congênita”.
“Cerca de um quarto desses que nascem já precisa intervir no primeiro mês de vida e até 40% no primeiro ano de vida. Aqui a gente faz um tratamento através do cateterismo, isso não é uma cirurgia de peito aberto, é feito pelo catéter, então é minimamente invasivo, através de acessos vasculares, seja por veia ou artéria, conseguimos adquirir posições dentro do coração ou dos vasos para diagnosticar e tratar até dois terços dos casos”, acrescentou o especialista.
O procedimento
O procedimento dura de duas a três horas, contando do tempo da anestesia, ao término. Aqueles que não são da faixa etária neonatal, vão embora no outro dia, e praticamente todos ficam em enfermaria, sem a necessidade de leito de unidade de terapia intensiva (UTI).