Cerca de 94% dos adultos brasileiros podem estar infectados com o vírus varicela zoster, que causa o herpes zoster e a catapora.1,2 o vírus pode permanecer latente no sistema nervoso, especialmente nos gânglios neurais nas regiões do tórax e do abdômen..3
Porém, se houver uma queda na imunidade, o vírus pode ser reativado e surgir não mais como catapora, mas sim como herpes zoster, também conhecido como “cobreiro”.3,4
Estima-se que uma em cada três pessoas poderá desenvolver a doença em algum momento da vida.3 “Entre aquelas que têm mais chance de sofrer com a infecção estão os adultos acima de 50 anos, que começam a atravessar um processo de envelhecimento natural do sistema imune, e os indivíduos imunocomprometidos, como pacientes transplantados, diagnosticados com câncer, vivendo com HIV, doenças reumatológicas ou que usam drogas imunossupressoras, entre outros. Aliás, essas pessoas têm não só maior risco de ter o herpes zoster como também podem desenvolvê-lo de formas mais graves”, explica Jessé Reis Alves, infectologista e gerente médico de vacinas da GSK.
Sintomas e complicações
Geralmente os primeiros sinais do herpes zoster são o aparecimento de vesículas cutâneas (pequenas bolhas), que surgem apenas em um lado do corpo e seguem o trajeto de um nervo.³ “O herpes zoster é uma doença muito reconhecida pela dor. Os sintomas mais comuns são as dores intensas, descritas pelos pacientes como sensações de queimadura, dor latejante, cortante ou penetrante, formigamento e agulhadas, ardor e coceira, além da erupção com pequenas bolhas agrupadas sobre a pele, que podem surgir em qualquer lugar do corpo, mas costumam ser mais frequentes no tórax, na barriga e na face. Podem haver também sintomas como febre, dor de cabeça e mal-estar”, conta o infectologista.
A doença surge de modo gradual e leva de dois a quatro dias para se estabelecer. As pequenas erupções se dissecam, formam-se crostas e o quadro pode evoluir para a cura em até 4 semanas.3 Porém, alguns pacientes sofrem de dor prolongada ou outras complicações.3
Jessé destaca que, entre as complicações, a mais comum é a neuralgia pós-herpética, que pode acometer até 30% dos pacientes.3,5 Ela se caracteriza pela dor persistente por mais de 90 dias no trajeto do nervo onde a erupção cutânea ocorreu.3,5
Há ainda, o risco de manifestação oftálmica (quando o vírus atinge o ramo oftálmico do nervo trigêmeo) que pode afetar até 25% dos pacientes com herpes zoster e levar, em casos raros, à perda da visão.3 É possível também ocorrer a infecção secundária das erupções do herpes zoster, complicação no sistema nervoso central e periférico ou cardiovasculares.3
Diagnóstico
Por ter características bem definidas, o exame clínico costuma ser suficiente para que os profissionais de saúde façam o diagnóstico do herpes zoster. “Por isso, ao sentir algum dos sintomas, procure imediatamente a orientação profissional. O tratamento precoce, em até 48 horas após o início dos sintomas é importante para garantir o melhor resultado terapêutico e reduzir as chances de complicações, como a neuralgia pós-herpética”, aconselha o médico.