A greve dos rodoviários na Grande São Luís, no Maranhão, chegou nesta terça-feira (18) ao segundo dia com a frota de ônibus totalmente parada, afetando cerca de 700 mil pessoas que dependem do transporte público na região.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Maranhão, o movimento grevista exige melhores condições de trabalho e reajuste salarial compatível com a inflação.
Nesta terça-feira, uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-16), convocada para resolver o impasse, foi suspensa pela manhã. A audiência havia sido marcada pela presidente do TRT-16, desembargadora Márcia Andrea Farias da Silva, após a solicitação para tratar do dissídio coletivo relacionado à greve.
Foram intimados para a audiência os sindicatos dos trabalhadores e das empresas, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte, a Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos e o Ministério Público do Trabalho. No entanto, a expectativa de um acordo entre as partes envolvidas não se concretizou, e a audiência foi interrompida pela manhã.
Em vídeo, o presidente do sindicato dos empregados, Marcelo Brito, explicou que a audiência de conciliação no TRT foi suspensa para que a Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos, representando o governo, apresente uma proposta a ser discutida com a classe patronal.Play Video
A intenção é que a parte patronal traga uma contraproposta para os rodoviários. De acordo com o TRT-16, a retomada das negociações está marcada para as 17h desta terça-feira.
Embora a Justiça do Trabalho tenha determinado, por meio de uma liminar, que 80% da frota de ônibus circulasse durante a greve, a medida não está sendo cumprida. Uma multa diária de R$ 100 mil foi estipulada pelo descumprimento da decisão, mas o sindicato dos rodoviários continua a mobilização com 100% da frota parada.
Em meio à crise, a Câmara Municipal de São Luís aprovou nesta terça-feira um projeto de lei que autoriza a contratação de novas empresas de ônibus e a implementação de subsídios para corridas por aplicativos durante a greve para a população.
O objetivo é minimizar os impactos para os cidadãos, permitindo que a prefeitura banque o subsídio até o fim do movimento grevista. A decisão também revoga o contrato firmado em 2016, que deveria durar 20 anos, com as empresas de transporte público atualmente em operação no município. As medidas devem ser detalhadas na retomada da audiência de conciliação no fim da tarde desta terça-feira.