A bolsa de Chicago abriu em baixa nesta terça-feira (29/7), com destaque para o trigo, que lidera as perdas entre os grãos no início das negociações.
Nos contratos para setembro, o trigo recua 1,25%, sendo negociado a US$ 5,3175 por bushel. A pressão sobre os preços vem da entrada mais intensa da oferta do hemisfério norte no mercado global, somada à valorização do dólar frente ao euro, o que torna as exportações norte-americanas menos competitivas.
No campo, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) informou que a colheita do trigo de inverno alcançou 80% da área prevista, contra 73% na semana anterior. O ritmo está próximo da média dos últimos cinco anos (81%) e ligeiramente abaixo das expectativas do mercado, que projetavam 82%. Já a colheita do trigo de primavera começou, com 1% da área colhida, o mesmo percentual do ano passado nesta época.
Em relação à qualidade das lavouras, o USDA reduziu de 52% para 49% a proporção das plantações de trigo de primavera avaliadas como em boas ou excelentes condições. O número está abaixo da média projetada pelo setor (52%) e distante dos 74% registrados há um ano.
O milho registra leve queda de 0,19%, cotado a US$ 3,9300 por bushel nos contratos para setembro. O avanço da segunda safra brasileira, favorecido pelo clima seco, e as incertezas ligadas às políticas tarifárias norte-americanas também pesam sobre o mercado.
Quanto ao estado das lavouras, o USDA apontou redução na qualidade do milho. 73% das plantações estão em condição boa ou excelente, contra 74% na semana anterior. Ainda assim, o índice supera os 68% de 2024 e está em linha com as estimativas do setor.
A soja também opera em leve baixa próxima à estabilidade, com os contratos de agosto caindo 0,05%, a US$ 9,8825 por bushel. O mercado segue atento à demanda chinesa, considerada fraca para a nova safra norte-americana, enquanto permanecem indefinições sobre o prolongamento da trégua tarifária entre Estados Unidos e China e sobre as negociações com a União Europeia.
Apesar disso, o USDA reportou melhora nas condições das lavouras. A soja em condição boa ou excelente subiu de 68% para 70%, superando o desempenho do mesmo período do ano passado (68%) e as projeções privadas (67%). As previsões meteorológicas indicam chuvas benéficas para o cinturão produtor nos próximos dias.