O Governo do Tocantins, por meio do Corpo de Bombeiros Militar, está atuando em várias frentes de combate a incêndios florestais no estado. Além de apoiar de forma direta nas operações que visam debelar as chamas também nos estados do Amazonas e no Mato Grosso do Sul (Pantanal). As equipes tocantinenses fazem revezamento periódico nas missões nos Parques Estaduais do Jalapão e do Cantão, bem como da Ilha do Bananal e Lagoa da Confusão.
Dezenas de bombeiros militares estão em operação nos dois Parques Estaduais, com registros de atuações mais intensas em setembro, período com maior volume de massa, falta de chuvas, muito vento e baixa umidade do ar. Em outubro, com algumas chuvas caindo em várias partes do Tocantins, registrou-se menos combate, contudo, os militares continuam de prontidão nas localidades.
“Os incêndios no Cantão eram, em sua maioria, em folhas acumuladas que podiam chegar a até 30 centímetros de altura. Além disso, havia incêndios subterrâneos, o que dificultava ainda mais o combate. Ao longo dos sete dias da nossa missão, realizamos mais de 20km de aceiro e combate a incêndios, com uso de sopradores e bombas costais. A vegetação, que tinha mais de 20 anos sem incêndios, era muito fechada e de difícil acesso”, revelou o soldado Baltazar, um dos bombeiros militares que atuavam no Parque.
No município da Lagoa da Confusão e Ilha do Bananal, diversos bombeiros militares também foram destacados pelo Comando Geral para atuação juntamente com as equipes do Exército Brasileiro – 22º Batalhão de Infantaria Motorizada de Palmas. As escalas para a região continuam, com destaque para as ações de monitoramento e vigilância, já que os focos diminuíram, graças ao combate e nos últimos dias também por conta da chuva.
Pantanal e Amazonas
Nesta quarta-feira, 09, completou 56 dias da participação da equipe do Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins na Operação Pantanal. A ida de seis integrantes do CBMTO à região de Corumbá – MS, foi determinada pelo governador Wanderlei Barbosa, tendo em vista a gravidade dos focos de queimadas que atingem aquele santuário ecológico. Da mesma forma é com o Amazonas, onde outra equipe tocantinense apoia os combates. Todos eles integram a Força Nacional de Segurança Pública.
“A situação climática no Pantanal de Mato Grosso do Sul é extrema, com temperaturas altas, umidade relativa do ar baixa e fortes ventos, elementos que alteram consideravelmente o comportamento do fogo”, relatou o tenente Antônio Marcos, que dia 14 de agosto, começou a combater com os colegas tocantinenses em Corumbá. “Muitas vezes, as guarnições de combate realizam os trabalhos em períodos noturnos, virando a noite literalmente, na missão, pois, durante o dia, as condições não permitem a atuação”, completou.
E não só. Há outro grande desafio para os bombeiros tocantinenses no combate aos focos: o chamado fogo subterrâneo, muito característico no Pantanal. “Ele queima de forma imperceptível. Esse tipo de incêndio é frequente devido aos ciclos sucessivos de seca e cheia nas estações da região, geram camadas de matéria orgânica no solo. Assim, uma camada de terra, seguida de uma de vegetação, depois outra camada de terra, e assim por diante. Esse fator dificulta os combates, tendo que ser realizadas escavações no solo e alagamento para conter o incêndio. É lento e muito cansativo”, descreveu o tenente.
Além dos agentes do Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins, há também equipes de outras 15 corporações, totalizando um grupo de 89 combatentes espalhados por todas as regiões do Pantanal, onde onze aeronaves, 24 viaturas e até embarcações são usadas nos combates. “Entendemos a importância do apoio na missão no Pantanal e no Amazonas, pois aqui no Tocantins também temos problemas semelhantes com as queimadas. Nossos bombeiros militares são capazes e qualificados para o trabalho e, numa eventual necessidade, sabemos que poderemos contar com a mesma resposta dos demais Corpos de Bombeiros Militar. Estamos um para ajudar o outro”, afirmou o coronel Peterson Queiroz de Ornelas, comandante-geral do CBMTO.
No Amazonas, o Governo do Tocantins está com equipes em combate aos incêndios há 91 dias. Experientes bombeiros militares do estado integram as equipes que atuam em Manaus, Humaitá, Lábrea, Boca do Acre e Apuí.
“O grande desafio por aqui é o deslocamento, pois são grandes as distâncias e, muitas vezes, os rios nos impedem de seguir para os locais. No mais, as áreas que estão queimando são muito parecidas com o que a gente vê no Tocantins, ou seja, áreas desmatadas, descampados. Não é a mata fechada, a floresta amazônica em si”, relata o tenente Vander Praxedes, que lidera a equipe do CBMTO, no Amazonas.