Savick Brenna/Governo do Tocantins
No Dia Mundial de Combate à Poliomielite, comemorado em 24 de outubro, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) conscientiza a população sobre os perigos da doença, também chamada de pólio ou paralisia infantil, e reforça a importância da vacinação. O Tocantins mantém elevados índices de cobertura vacinal, o que é fundamental para a erradicação da doença.
“É de suma importância continuar aumentando a cobertura vacinal para que nem a pólio e nem outras doenças imunopreveníveis voltem a ser uma ameaça em nosso país. A imunização ainda é a única forma eficiente de prevenir e manter a população saudável”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Vânio Rodrigues.
Desde 1994 o Brasil é certificado como livre da doença pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS). A erradicação foi resultado de campanhas de vacinação em massa, mas a baixa cobertura vacinal nos últimos anos acendeu um alerta sobre o risco de reintrodução do vírus.
Poliomielite
Poliomielite, ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus (sorotipos 1, 2, 3), podendo infectar crianças e adultos por via fecal-oral (através do contato direto com as fezes ou com secreções expelidas pela boca das pessoas infectadas). Pode provocar ou não paralisia.
A multiplicação desse vírus começa na garganta ou nos intestinos, por onde penetra no organismo. Dali, alcança a corrente sanguínea e pode atingir o cérebro. Quando a infecção ataca o sistema nervoso, destrói os neurônios motores e provoca paralisia flácida em um dos membros inferiores. Se as células dos centros nervosos que controlam os músculos respiratórios e da deglutição forem infectadas, a doença pode ser mortal. O período de incubação varia de 5 a 35 dias, com mais frequência entre 7 e 14 dias.
Fim da gotinha
Desde 4 de novembro de 2024, o Ministério da Saúde (MS) alterou o calendário de vacinação da doença, deixando de ser administrada em “gotinhas” e adotando apenas o uso da vacina injetável. A vacina contra a pólio é gratuita e está disponível em todos os centros de vacina nos municípios. O personagem Zé Gotinha continuará sendo um importante aliado nas campanhas de conscientização, mesmo sem a aplicação direta da vacina oral.
A vacina contra a poliomielite é indicada para todas as crianças menores de cinco anos no esquema de três doses, mais uma dose de reforço:
· 1ª dose: 2 meses com a vacina injetável
· 2ª dose: 4 meses com a vacina injetável
· 3ª dose: 6 meses com a vacina injetável
· Reforço: 1 ano e 3 meses com a vacina injetável
“A cobertura vacinal da Vacina Inativada Poliomielite (VIP), que substitui a Vacina Oral de Poliomielite (VOP) no esquema atual, está crescendo no Tocantins, mas ainda não atingiu a meta. O Tocantins está implementando ações para aumentar a cobertura vacinal com estratégias de multivacinação que tem o objetivo oportunizar o acesso às vacinas que fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação da Criança e do Adolescente, atualizar a situação vacinal, diminuir a incidência e contribuir para o controle, eliminação e/ou erradicação das doenças imunopreveníveis”, destacou a gerente de Imunização da SES-TO, Marli Jerônimo.
Campanha
Desde o dia 6 de outubro, a SES iniciou a Campanha de Multivacinação, que é voltada para crianças e adolescentes menores de 15 anos. Entre os imunizantes disponíveis estão poliomielite, febre amarela, HPV e sarampo. Todas as vacinas poderão ser encontradas nas 333 salas de vacinação instaladas em unidades de saúde públicas e privadas do Tocantins. A ação segue até o dia 31 de outubro.
A pedagoga Thici Luchiari é mãe da Sofia, de três meses, e sabe a importância de manter a vacinação da filha em dia. “Quando a gente vira mãe, pensamos em cada detalhe para proteger o nosso filho. Eu confesso que antes de ser mãe, eu nem sabia muito sobre poliomielite e não dava tanta importância para as vacinas, mas depois que a Sofia nasceu, comecei a entender melhor a importância das vacinas em nossas vidas. A poliomielite é uma doença que pode causar paralisia infantil e infelizmente ainda existe em muitos lugares no mundo. Então a gente precisa continuar vacinando para manter nossas crianças muito seguras. Eu vacino a Sofia porque quero que ela cresça saudável e livre de doenças que a gente pode evitar. É rápido, é seguro e é um cuidado que vale por toda a vida. Eu sempre penso que vacinar é uma forma de amor e é o jeito que eu tenho de proteger o bem mais precioso que Deus me deu”.
Índice vacinal
Os dados indicam que até o mês de julho deste ano, o índice vacinal contra poliomielite do Tocantins estava em 80,46%. A meta até o final do ano é ultrapassar os 90%, uma vez que a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde (MS) é de 95%. Dados parciais também apontam que em 2023 a cobertura vacinal no estado foi de 90,64%, e no ano seguinte, em 2024, com 91,98%, mostrando uma evolução.
Segundo a enfermeira da área técnica das doenças imunopreveníveis, Kesia Santos de Oliveira, “o monitoramento da poliomielite no Tocantins é feito por meio da Vigilância Epidemiológica, que busca manter a doença erradicada no território. No dia 5 de novembro iremos realizar um Webinário com o Ministério da Saúde para falar sobre a poliomielite. Além disso, divulgamos cards, orientações para os municípios e realizamos ações de vigilância na busca ativa da doença e reforçando que a vacinação é a única forma de prevenção da doença”.







