O governo de São Paulo anuncia nesta segunda-feira (28/4), durante a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), uma nova linha de crédito para que produtores comprem máquinas agrícolas. Fabricantes, distribuidoras e revendas de máquinas serão selecionadas pela agência de fomento Desenvolve SP em uma chamada pública e poderão indicar seus clientes para obter o financiamento estadual.
Os detalhes sobre o volume de recursos e as taxas de juros serão divulgados pelo governador Tarcísio de Freitas durante a feira. “As condições de financiamento são altamente competitivas e os juros a partir 0,57% ao mês mais IPCA”, antecipou Ana Paula Teixeira de Souza, da diretoria de controle de riscos da Desenvolve SP.
Segundo ela, a ideia é unir o capital público à expertise técnica e a capilaridade do setor privado para criar um modelo de crédito mais eficiente. “Fizemos essa linha também porque detectamos uma forte demanda por crédito para modernização do parque de máquinas”, disse.
O mercado de máquinas agrícolas passa por um momento de recuperação, após a pausa em muitos investimentos ocorrida no ano passado, quando os produtores estavam menos capitalizados em função da quebra de safra no Brasil e da queda nos preços das commodities. A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) estima um crescimento de 8,2% nas vendas no país em 2025. No ano passado, houve recuo de 19%.
A visão da Desenvolve SP é de que o cenário no Estado de São Paulo é mais promissor, o que justifica a necessidade de crédito para investimento em máquinas e equipamentos agrícolas. Os clientes indicados pelas empresas podem ser produtores rurais pessoa física ou jurídica. A chamada pública não prevê limite de participantes. Mas a agência vai estabelecer alguns critérios de seleção.
“As companhias encaminham a indicação para a Desenvolve SP e, se aprovado, o recurso é liberado direto para o cliente final”, explica Ana Paula.
Ela ressalta que, no ano passado, uma linha de crédito semelhante era oferecida para investimentos em irrigação. Empresas indicavam clientes que poderiam obter o financiamento e desenvolviam os projetos. Foram liberados R$ 200 milhões, com juros que iam até 9,87% ao ano.