O procurador-Geral da República, Paulo Gonet, reiterou o propósito de atuar com “firmeza, desassombro e serenidade” na defesa da ordem jurídica e do regime democrático. A declaração foi dada durante abertura do ano judiciário 2025, nesta segunda-feira (3).
“Ao Ministério Público, assim assinalado como órgão de controle, sem cariz representativo-eleitoral, toca zelar para que a vontade popular seja obedecida e cumprida”, completou.
Segundo ele, da Procuradoria-Geral da República (PGR) se deve esperar que se bata para que os desígnios da cidadania encontrem espaço e meios de expressão efetivamente livres de todo atavio deturpador, com vistas a que as aspirações populares se vejam fielmente traduzidas junto — e por intermédio — dos agentes políticos eleitos.
“Este será, certamente, um ano com pautas de sobressaído interesse aos valores democráticos. Assim como esta Corte, também a Procuradoria-Geral da República está pronta para cumprir o seu papel”, finalizou.
Jair Bolsonaro
A PGR deve decidir se denuncia ou não o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe, nos próximos dias. A expectativa entre integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional é que isso ocorra ainda em fevereiro.Play Video
Com a retomada dos trabalhos no Legislativo e no Judiciário, também se aproxima o momento decisivo para a investigação sobre o 8 de janeiro e atos que antecedem a data e são considerados golpistas por ministros do STF.
Até então, tudo o que a investigação concluiu diz respeito ao olhar da Polícia Federal. A partir da denúncia, são feitas análises e ponderações pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.
A PF indiciou 40 pessoas pelo crime, entre elas o ex-presidente Bolsonaro, e ex-ministros de seu governo, generais como Braga Netto, que foi da Defesa e da Casa Civil, e atualmente está preso; também Augusto Heleno, ex-Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier.
Para não contaminar o ano eleitoral de 2026, ministros do STF apostam em andamento do caso ainda em 2025.