A atriz Glenn Close, 77, abriu o coração sobre a crise de empregos que afeta a indústria do entretenimento, agravada pelo uso da inteligência artificial nas produções e por eventos climáticos extremos, como os recentes incêndios florestais na Califórnia.
A estrela de “Atração Fatal” e “101 Dálmatas” também lamentou a falta de conhecimento histórico entre os americanos, explicando o quão importante é entender o passado para lidar com questões atuais.
“Tenho muita sorte de ter um emprego. Já havia muitas pessoas afetadas em Los Angeles, e agora com os incêndios. Fiquei abismada com o número de empregos que existem na nossa profissão”, disse.
“Sou uma grande leitora de história e, infelizmente, acho que muitas pessoas neste país não entendem a história e no acabamos de nos meter. Isso é muito perigoso”, disse a atriz em entrevista ao The Hollywood Reporter durante participação no evento da Instituição Sundance.
Glenn disse acreditar que o avanço da inteligência artificial pode intensificar crises políticas, devido à sua capacidade de manipular informações. “O que será a verdade? O que é verdadeiro vai se tornar uma grande questão”, declarou.Play Video
Em meio a polêmicas recentes quanto ao uso de softwares de IA em Hollywood, como em “O Brutalista” e “Emília Pérez” – ambos indicados ao Oscar de Melhor Filme deste ano -, a artista acredita que a técnica pode levantar questionamentos sobre os limites das edições.
“Depende de como isso é conduzido. Não quero que minha imagem ou minha voz sejam reconstruídas. Afinal, as pessoas precisam de empregos. É um dilema triste. É progresso o fato de menos pessoas trabalharem por causa disso? Não sei”, disse.
Ela continuou: “Acho que estamos perdendo algo que torna um lugar como Sundance e o trabalho de Michelle [Satter, diretora da instituição] tão importantes; histórias sobre o que significa ser humano. Precisamos nos apegar a isso. Precisamos continuar voltando e nos inspirando em coisas que nos ensinam, que nos ajudam com nossas emoções e a compreender o que significa ser humano e a olhar nos olhos de outra pessoa – não para uma tela, mas para os olhos de outro ser humano. Se perdermos isso, temo que estejamos entrando em um caminho sem volta.”