A nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (8/10), mostra que 79% dos entrevistados são a favor da proposta de reforma do Imposto de Renda que isenta do pagamento quem recebe até R$ 5 mil por mês.
Entre os demais, 17% se posicionam contra a medida e 4% não souberam ou preferiram não responder.
Genial/Quaest
Aprovação do IR na Câmara
- A Câmara dos Deputados aprovou em 1º de outubro o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda, com 493 votos favoráveis e nenhum contrário. O texto segue para o Senado e depois para sanção do presidente Lula.
- A partir de 2026, quem ganha até R$ 5 mil por mês ficará isento do pagamento do imposto, substituindo o limite atual de R$ 3.060.
- A mudança deve beneficiar cerca de 16 milhões de brasileiros, ampliando significativamente o número de isentos.
- A redução parcial do imposto alcançará rendas de até R$ 7.350, valor maior que o previsto inicialmente, que era de R$ 7 mil.
- O governo federal terá até um ano após o início da nova regra para apresentar uma política de reajuste da tabela do Imposto de Renda.
- A medida deve gerar renúncia de R$ 26 bilhões, compensada por R$ 32 bilhões em novas receitas, e o excedente será usado para reduzir a base de cálculo da CBS prevista na reforma tributária.
O estudo mostra que o tema mantém aprovação ampla e crescente. Desde julho, o apoio à proposta subiu quatro pontos percentuais (de 75% para 79%), enquanto a rejeição caiu de 21% para 17%. O percentual de indecisos permaneceu estável, em 4%.
Apoio à taxação dos mais ricos também cresce
A pesquisa também investigou a percepção sobre a compensação da isenção por meio do aumento de impostos para os mais ricos. Nesse caso, 64% dos entrevistados concordam com a medida, 29% discordam, 1% disse não concordar nem discordar, e 6% não souberam ou não responderam.
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Taxação de super-ricos
- A comissão mista aprovou em 16 de julho a proposta que mantém a taxação sobre os chamados super-ricos para compensar a renúncia fiscal do governo.
- O texto estabelece uma alíquota linear de 10% para quem recebe a partir de R$ 50 mil por mês, incluindo dividendos.
- Para rendas acima de R$ 1,2 milhão por ano, a alíquota máxima também será de 10%, o que representa aumento de 8 pontos percentuais em relação à média atual de 2%.
- Uma emenda incluída pelo relator, Arthur Lira, garante que lucros e dividendos aprovados até 31 de dezembro de 2025 não serão taxados, mesmo que a distribuição ocorra até 2028.
- A oposição tentou elevar a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 10 mil por mês e eliminar as medidas de compensação fiscal.
- As propostas apresentadas pela oposição foram rejeitadas pelo relator, mantendo o texto original da taxação dos super-ricos.
Os dados mostram crescimento no apoio à proposta. Em julho, 60% concordavam com a taxação dos mais ricos, enquanto 34% discordavam. O percentual dos que não souberam responder era de 5%, e 1% afirmava não concordar nem discordar.
Expectativas sobre impacto nas finanças pessoais
A Genial/Quaest também perguntou se os brasileiros acreditam que a reforma do Imposto de Renda trará alguma melhora nas finanças pessoais. Em outubro, 49% disseram esperar uma melhora pequena, 41% acreditam em uma melhora importante, e 10% não souberam ou não responderam.
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Em março, quando a pergunta foi feita pela primeira vez, 51% previam uma melhora pequena, 33% esperavam melhora importante e 16% não souberam responder. Os números indicam um leve otimismo maior entre os que projetam benefícios significativos com a mudança.
A pesquisa da Quaest foi realizada do dia 2 ao dia 5 de outubro. Ao todo, houve a aplicação de 2.004 entrevistas por questionário “face a face” em coleta domiciliar. O nível de confiança divulgado é de 95% e a margem de erro é de dois pontos percentuais.