O prazo de inscrições para a Fuvest 2026, vestibular que dá acesso aos cursos da USP (Universidade de São Paulo), teve início nesta segunda-feira (18). A primeira fase está marcada para o dia 23 de novembro. Quem passar fará as provas da segunda fase, nos dias 14 e 15 de dezembro.
A redação é uma das etapas mais decisivas do vestibular, e na Fuvest não é diferente. Com peso de 50 pontos, a nota da redação pode ser determinante para a aprovação, já que representa um quarto da pontuação total do primeiro dia da segunda fase. Por isso, a dedicação a essa etapa é fundamental.
Nesta edição, a proposta de redação poderá solicitar a produção de mais de um gênero textual. De acordo com Sérgio Paganin, professor e coordenador de redação no Curso Anglo, essa alteração visa dar mais segurança e liberdade aos estudantes. “O candidato passa a ter uma opção de escolha. Ele poderá optar entre a dissertação escolar clássica e um gênero de natureza narrativa, que só será conhecido no dia da prova”, explica.
Para Paganin, essa mudança beneficia aqueles com maior afinidade pela escrita narrativa, que valoriza a criatividade e a liberdade de expressão, em contraste com a estrutura mais formal e rígida da dissertação.
O professor sugere 5 dicas de ouro para uma redação vitoriosa. Confira:
- Leitura profunda da coletânea. Não se limite a parafrasear os textos. Faça uma leitura atenta e profunda, relacionando os textos entre si e com outros conhecimentos que você adquiriu ao longo de sua formação escolar.
- Atenção aos recortes. Explore a pluralidade de visões que a própria coletânea oferece. Demonstre que você consegue absorver e articular diferentes perspectivas, como as econômicas, históricas ou sociais.
- Introdução com tese clara. A introdução precisa ser concisa e apresentar uma tese bem definida. A tese é a espinha dorsal do texto, e dela dependerão todos os parágrafos de desenvolvimento.
- Reflexões autorais e repertório. Utilize seus próprios conhecimentos, atualidades, livros de leitura obrigatória e pensadores. Mostre que você tem um olhar autoral e que sabe usar o seu repertório de forma inteligente para sustentar sua argumentação.
- Cuidado com a linguagem. A coesão, a coerência e as convenções da norma culta são essenciais. Revise a ortografia, acentuação, crase, concordância e regência. A precisão na linguagem é um dos critérios de avaliação mais importantes.
O que difere a redação da Fuvest de outros vestibulares?
- Tema e formato. A Fuvest não segue um padrão de tema. Diferente do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que foca em questões sociais, a USP pode cobrar temas filosóficos, abstratos ou metalinguísticos. A própria frase-tema também varia, podendo ser uma afirmação, uma pergunta ou apresentar dois polos.
- Coletânea pluralista. A prova é conhecida por apresentar uma coletânea rica e diversificada, com textos de diferentes áreas do conhecimento e de variados ângulos sobre o mesmo assunto.
- Liberdade de estrutura. A Fuvest não exige a proposta de intervenção, característica do Enem. Isso permite ao candidato mais liberdade para estruturar o texto, especialmente nos parágrafos de introdução, desenvolvimento e conclusão.
Gêneros narrativos: quais as possibilidades?
O gênero narrativo que será cobrado como opção à dissertação será uma surpresa. No entanto, o professor Paganin lista as possibilidades mais prováveis:
- Jornalísticos: notícia, reportagem, crônica e depoimento.
- Literários: crônica, fábula, conto e biografia.
- Cotidiano: relato pessoal, diário e memórias.