A Polícia Civil do Rio de Janeiro, pela Delegacia do Consumidor (Decon), identificou um dos frigoríficos que comprava carne imprópria para consumo da empresa carioca investigada por maquiar o alimento que ficou submerso durante as enchentes do Rio Grande do Sul, em maio do ano passado.
Um atacadista de carnes, localizado em Contagem (MG), comprou 15 toneladas do alimento estragado, segundo o Wellington Pereira Vieira, delegado Decon a frente da investigação, em entrevista à CNN.
A investigação busca identificar outras empresas que podem ter sido lesadas pela venda do alimento apodrecido. “A carne não chegou nem aqui no Rio de Janeiro. Já foi transportada para diversos outros compradores que não sabiam da procedência, 32 carretas que saíram lá do Sul para diversos destinos do Brasil”, disse o delegado.
Ainda de acordo com ele, a polícia tenta localizar as empresas que possivelmente foram lesadas, disse o delegado.
Entenda o caso
Quatro pessoas foram presas nesta quarta-feira (22) em uma operação da Polícia Civil do Rio contra uma empresa que vendeu carne imprópria para o consumo.
Policiais civis da Decon cumpriram oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados em Três Rios, município na Região Centro-Sul Fluminense.
A operação aconteceu em conjunto com a Delegacia do Consumidor do Rio Grande do Sul, que investigava a situação desde maio do ano passado.
Sócios do estabelecimento adquiriram 800 toneladas de carne bovina estragada (cortes nobres), que ficou submersa nas enchentes que atingiram Porto Alegre (RS).
“Aquela deterioração provocada pela lama, pela água, que ficaram acumuladas no frigorífico e em toda cidade da capital gaúcha, deixou alguns efeitos deletérios. Esses efeitos foram retirados, como eu disse, maquiados, para fazer a revenda”, afirmou o delegado Wellington Pereira Vieira.
A empresa alegou que a intenção da compra era para fabricação de ração animal.