Os incêndios florestais que atingem o Pantanal têm colocado em risco a rica biodiversidade da região. Uma área equivalente a quatro vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro já foi atingida pelas chamas destrutivas neste ano.
Essa devastação ameaça gravemente a fauna e a flora locais, incluindo espécies icônicas como a onça-pintada, o ararazu e a ariranha. Muitos animais são obrigados a migrar em busca de refúgio, desestabilizando o frágil equilíbrio do ecossistema.
Esforços de Resgate
O Grupo de Resgate Técnico Animal do Pantanal (Gretap), com sede em Corumbá, Mato Grosso do Sul, tem trabalhado incansavelmente para resgatar os animais feridos e deslocados. Em entrevista à CNN, a coordenadora do grupo, Paula Helena, relatou as cenas chocantes presenciadas nas primeiras incursões.
“Encontramos répteis, anfíbios e aves já consumidos pelo fogo ou sofrendo com a inalação de fumaça”, disse Paula. “Também vimos uma imensa quantidade de invertebrados incinerados, que são a base alimentar de muitos vertebrados.”
Acesso Desafiador
Segundo a coordenadora, o acesso às áreas afetadas é extremamente difícil, exigindo longas caminhadas de até duas horas. No entanto, o grupo utiliza técnicas especializadas, como zarabatanas e dardos anestésicos, para capturar e resgatar os animais feridos.
“Em 2020, tivemos casos marcantes, como o de duas onças-pintadas com as patas queimadas e um bando inteiro de queixadas feridos”, relembra Paula. Esses animais foram transportados por via aérea e embarcações para receber tratamento médico.
Com os incêndios florestais se intensificando, o trabalho do Gretap é crucial para preservar o patrimônio natural do Pantanal e garantir a sobrevivência de suas espécies emblemáticas.
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