O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino afirmou que Mariângela Fialek, conhecida como Tuca e ex-assessora do deputado federal Arthur Lira (Progressistas-AL), atuava “sob ordens diretas” no desvio de emendas. A afirmação consta na decisão da petição que fez com que Fialek fosse alvo de ação da Polícia Federal (PF), nesta sexta-feira (12/12).
O objetivo da apuração consiste em investigar indícios de execução irregular de emendas ao orçamento da União, na esfera de competência da Câmara dos Deputados, conforme manifestações de parlamentares que levantaram suspeitas sobre a indevida manipulação desses recursos.
“O exame dos depoimentos transcritos revela que a representada atua diretamente na operacionalização do encaminhamento de emendas, efetuando-as supostamente em nome do ex-presidente da Câmara dos Deputados, o deputado Arthur Lira”, afirmou Dino.
“Constatou-se, ainda, que, mesmo após a alteração na presidência da Casa, ela permaneceu no exercício da função. Ressalte-se, ademais, que a representada assumiu tal encargo sem a anuência do presidente da respectiva comissão, deputado José Rocha [União-BA], por determinação direta do então presidente da Câmara”, ressaltou o ministro.
“Tais circunstâncias evidenciam fortes indícios de que a representada integra uma estrutura organizada voltada ao indevido direcionamento de emendas parlamentares, supostamente atuando sob ordens diretas da antiga presidência da Câmara dos Deputados, exercida pelo deputado Arthur Lira, fato que ainda está em apuração”, reforçou.
Lira não é alvo da operação, que cumpriu mandados na Câmara dos Deputados. Batizada de Transparência, a operação desta sexta é desdobramento de investigação que teve depoimentos prestados à Polícia Federal pelos deputados Glauber Braga (PSol-RJ), José Rocha (União-BA), Adriana Ventura (Novo-SP), Fernando Marangoni (União-SP) e Dr. Francisco (PT-PI). Também foi ouvido o senador Cleitinho (Republicanos-MG).





