Após décadas de disputa pela audiência dos domingos, Fausto Silva, o Faustão, 74, exaltou o legado do também apresentador Silvio Santos, que morreu neste sábado (17), aos 93 anos, em decorrência de uma broncopneumonia após infecção por Influenza (H1N1).
“Todo mundo está consternado. Por mais que ele tivesse 93 anos, Silvio esbanjava energia, vitalidade e isso comove tudo mundo. É o cara que popularizou a televisão (…) e deixou uma marca eterna. Assim como Ayrton Senna, Pelé, Roberto Carlos, ele é unico. O verdadeiro Rei da TV chama-se Silvio Santos.”
Faustão recordou em entrevista ao Fantástico (TV Globo) que quase trabalhou com o colega, que tentou contratá-lo em duas ocasiões, ainda nos anos 1980, mas não deu certo. Ele destacou ainda o principal ponto de semelhança entre eles: a experiência no rádio, o que teria dado a eles uma maior flexibilidade, jogo de cintura e improviso.
“Mas ele deixa uma marca e um ensinamento, um legado, principalmente pela vida que teve. As dificuldades que ele teve, eu não tive. Estudei em bons colegios, pude fazer faculdade, ele não. Foi um cara, que, com 14 anos, vendia caneta, sofria todo o tipo de preconceito. Havia uma guerra e os preconceitos eram grandes contra os judeus”.
Se recuperando de dois transplantes, um de coração e outro de rim, sofridos no último ano, Faustão afirmou que não chegou a visitar Silvio Santos no hospital porque não queria incomodá-lo. “Assim como eu, quando você está internado não quer ficar recebendo visita. A gente tem família grande que faz uma chacrinha no hospital”, brincou.
Já sobre sua recuperação, Faustão disse que segue se cuidando, inclusive com tratamento de hemodiálise duas vezes por semana, mas não parece pensar em voltar à televisão tão cedo. “Tem uma galera talendosa aí, meu amigo Luciano Huck, o Marcos Mion, o Rodrigo Faro“, destaca ele.