Moradores de Centenário calculam os prejuízos após perderem suas casas durante os incêndios que atingiram a região em agosto deste ano. A solução encontrada por muitas famílias tem sido morar em barracos de lona.
“Para mim a sensação é de quando morre uma pessoa, porque você tá vendo tudo acabar. O que eu ajeitei no sol quente lutando, capinando. Ver o fogo chegar levando tudo embora, aí só resta chorar mesmo”, lamenta a aposentada Valdeci Mascarenhas.
A área mais afetada fica na região conhecida como Cedro, onde o fogo destruiu propriedades inteiras. Isso fez a prefeitura da cidade decretar estado de calamidade pública. Cerca de 20 famílias vivem no local.
O fogo destruiu a casa e a plantação do lavrador Domingos Pereira da Silva. “Fogo terrível. Nunca vi fogo desse jeito”, comenta. Ele morava com a esposa na propriedade há décadas. Agora, se abrigam em barracos.
A Defensoria Pública do Tocantins está monitorando o caso. No mês de setembro, depois de fazer uma visita ao local, a instituição fez algumas recomendações ao município para garantir esse a dignidade da comunidade oferecendo o atendimento médico, água potável, além de alimentação para as famílias e os animais. Um mês depois a equipe voltou a Centenário para verificar o que já foi feito pela região do Cedro.
“Verificamos que para além da necessidade alimentar elas haviam também a necessidade de reconstruir a própria vida. Também havia necessidade de alimentação dos animais e o município vinha fornecendo apenas a assistência alimentar “, relata o defensor público Dianslei Gonçalves Santana.
Uma comissão criada pelo município, e que já acompanhava as famílias, ficou responsável por dar andamento às recomendações da Defensoria Pública. Uma reunião de alinhamento foi realizada para atualizar as demandas da comunidade afetada.
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Moradores da zona rural de Centenário perderam casas, plantações e móveis durante incêndio — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
O objetivo da comissão é fazer com que os moradores possam retomar a vida na região. Entre as medidas mais urgentes, está a garantia de acesso à água potável. Um poço artesiano foi perfurado, mas enquanto a água não é encanada até as casas, um veículo da prefeitura equipado com um galão de mil litros passa de casa em casa distribuindo a água de duas a três vezes por semana.