O número de falências entre agricultores nos Estados Unidos registrou forte alta no primeiro trimestre do ano, superando o total de casos observados ao longo de todo o ano de 2024. A informação foi divulgada por Ryan Loy, economista da extensão rural da Divisão de Agricultura do Sistema da Universidade de Arkansas.
De acordo com Loy, foram registrados 259 pedidos de falência sob o Capítulo 12 da lei de falências apenas nos três primeiros meses do ano. E ainda é provável que o número de pedidos continue aumentando ao longo de 2025.
“Já ultrapassamos o total do ano passado em nível nacional. Quando isso acontece em escala nacional, é um sinal claro de que as pressões financeiras que vimos antes, em 2018 e 2019, estão ressurgindo,” disse.
Scott Stiles, associado de programas de economia rural da mesma instituição, destacou que os dados representam uma reversão para um cenário de queda nos preços das commodities, retornando ao patamar anterior à pandemia.
Stiles também destacou que os custos de produção continuam elevados, com preços de insumos como sementes, fertilizantes, defensivos agrícolas e diesel mantendo-se em patamares altos. “Esses preços raramente caem de forma significativa ou duradoura,” explicou.
Outro fator citado é o ambiente de incerteza comercial e as dificuldades climáticas enfrentadas por produtores em diversas regiões do país. Diante desse cenário, uma das reações mais comuns tem sido postergar investimentos em equipamentos e adiar compras de bens de capital.
“Isso tem um impacto em cascata sobre outros segmentos do setor agrícola”, disse Stiles. Ele apontou que fornecedores de insumos, revendedores de máquinas e prestadores de serviços aos agricultores também estão sendo afetados.
Para Ryan Loy, os efeitos se refletem diretamente nas comunidades do interior do país. “Se os agricultores estão sofrendo, as comunidades rurais também vão sofrer,” concluiu.