Produzir 2 milhões de mudas clonais de palma por ano a partir de 2026 para acrescentar um faturamento extra de R$ 30 milhões anuais. Esses são os planos da Agropalma, maior produtora de óleo de palma sustentável das Américas. A empresa que nasceu no município de Tailândia (PA) em 1982, já investiu R$ 18 milhões no laboratório de mudas clonais inaugurado no último ano na planta industrial em Belém e até 2026 deve completar R$ 25 milhões de investimento.
O laboratório é equipado com estufas automatizadas, nas quais as mudas clonadas passam pelo processo de aclimatação gradativa, do meio de cultura em laboratório para o ambiente de viveiro, assegurando, assim, que a planta se adapte com sucesso. A clonagem de mudas de palma da companhia é fruto de um trabalho de pesquisa de mais de uma década em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (MG).
Segundo André Borba, diretor agrícola da Agropalma, o principal objetivo do laboratório de mudas clonais é atender a demanda da empresa relacionada à renovação dos plantios, bem como alcançar aproximadamente 20% do mercado da América Latina até 2026.
“O ponto forte do nosso laboratório é que ele trabalha com genética customizada capaz de atender a característica desejada, como mudas com reduzida necessidade de fertilizantes, com tolerância à menor ou maior quantidade de água, ou com maior produtividade”.
A expectativa da Agropalma é que as mudas clonadas melhorem a produtividade. A empresa acaba de entregar os dois primeiros lotes de testes com 520 mudas clonadas e prevê chegar à marca de 1 milhão no próximo ano, volume que irá dobrar até 2026.
Hugo Santos, coordenador técnico do laboratório de mudas clonais da Agropalma explica que o grande diferencial da empresa é sua taxa de sucesso da clonagem feita pelo método de embriogênese somática, hoje superior a 60%, bastante acima da média do mercado, que fica em torno de 7%.
“Nossas plantas clonadas apresentam diversas vantagens competitivas: elas permanecem de seis a oito meses nos viveiros, contra um ano das plantas convencionais, e a colheita é realizada em 20 meses, em vez dos dois anos habituais. Esses avanços não apenas aceleram o processo de produção, mas também aprimoram a eficiência e a rentabilidade”.
Borba destaca que o fertilizante representa hoje ao redor de 35% do custo de produção da palma. Como os clones consomem 18% menos potássio, isso representa 10% de queda no custo total de fertilização por ano.
A Agropalma processa cerca de 170 mil toneladas por ano e tem seis indústrias de extração de óleo bruto, um terminal de exportação alfandegado, duas refinarias – uma delas em Limeira (SP) – e emprega cerca de 5 mil pessoas.