Explosões foram registradas na noite desta quarta-feira (13) na região da Praça dos Três Poderes, em Brasília. A Polícia Federal (PF) vai investigar.
Houve uma explosão nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF) e outra em uma rua ao lado do Anexo 4 da Câmara. A polícia investiga se há relação entre os casos.
Na frente do Supremo, um homem morreu. A Polícia Civil do Distrito Federal disse que se trata de Francisco Wanderley Luiz (PL). Ele disputou a eleição de 2020 para vereador em Rio do Sul (SC), mas não foi eleito. Ele já havia alertado em redes sociais que cometeria um atentado.
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) reforçou as medidas de segurança no Palácio do Planalto e ativou o Plano Escudo, medida que permite a atuação do Exército nos palácios da Presidência e da Granja do Torto sem uma operação formal de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).Play Video
O Exército já acionou a companhia de choque para ficar de prontidão. Cerca de 200 a 250 militares estão à disposição para reforçar a segurança na área do Planalto.
Os presidentes da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e do STF, Luís Roberto Barroso, conversaram por telefone sobre os ataques. Lula se reuniu com o diretor da PF, Andrei Rodrigues, além dos ministros do STF Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.
Agentes de diferentes forças, entre policiais militares, policiais legislativos, agentes de segurança dos prédios da Justiça fazem varredura nos prédios da Praça dos Esplanada dos Ministérios.
A Advocacia-Geral da União chamou a situação de ataques contra STF e Câmara.
STF esvaziado
Ao final da sessão do STF desta quarta-feira (13), dois fortes estrondos foram ouvidos. Os ministros foram retirados do prédio em segurança.
Os servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela. Mais informações sobre as investigações devem aguardar o desenrolar dos fatos.
A Segurança do STF colabora com as autoridades policiais do Distrito Federal.
O STF, que fica na Praça dos Três Poderes, disse estar colaborando com as autoridades policiais do Distrito Federal.
A Polícia Militar (PM) teve que fechar a Esplanada dos Ministérios parcialmente. O acesso à região ficará restrito.
Segunda explosão
Uma segunda explosão, dentro de um veículo, aconteceu próximo ao prédio do Anexo 4 da Câmara. O local fica a aproximadamente a 500 metros da Esplanada dos Ministérios.
A área foi isolada pelos agentes de segurança e, de acordo com o deputado Sóstenes Calvacante (PL-RJ), que presidia a sessão da Câmara na hora do incidente, o esquadrão antibomba foi acionado.
Os primeiros policiais militares que chegaram ao local relataram que faziam ronda na região quando ouviram sons de explosivos e uma grande quantidade de fumaça saindo de dentro do carro.
Um dos policiais chegou a relatar que viu um homem saindo correndo de dentro do veículo e que há indícios de que seria o mesmo que morreu na Praça dos Três Poderes. Mas isso ainda precisa ser investigado.
Agentes da Polícia Legislativa, que trabalham na Câmara, chegaram ao local com extintores para auxiliar os PMs e conseguiram debelar as chamas. Dentro do porta-malas do veículo foram encontrados muitos tijolos e, aparentemente, fogos de artificio.
Prédios do Legislativo esvaziados
Logo após a confirmação da morte, a sessão da Câmara foi suspensa. “Estava falando com o chefe da segurança. Acabo de receber a confirmação do óbito. Então, por conta disso, vou suspender a sessão. Vou pedir aos colegas que inclusive aguardem no plenário para eu falar novamente com ele para que todos os senhores possam ter garantia de segurança, pois não sabemos como estão todas as questões”, disse Cavalcante.
O Senado também foi esvaziado. O presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse lamentar a morte.
PF investiga
Um inquérito será instaurado na PF para apurar os ataques.
Segundo a instituição, foram acionados policiais do Comando de Operações Táticas (COT), do Grupo de Pronta-Intervenção da Superintendência Regional da PF no Distrito Federal, peritos e o Grupo Antibombas da instituição, que estão conduzindo as ações iniciais de segurança e análise do local.