O general Richard Nunes – responsável por indicar o delegado Rivaldo Barbosa à chefia da Polícia Civil no Rio de Janeiro durante a intervenção federal no estado, em 2018 – será promovido pelo Exército Brasileiro.
Atual chefe do Departamento de Educação e Cultura (Decex), Nunes deve ser nomeado comandante do Estado-Maior no mês que vem. Com isso, passará a ser o número 2 do Exército.
Integrantes da alta cúpula da instituição relataram à CNN que não veem prejuízo à promoção, que seguirá critérios de antiguidade. Portanto, levará em conta o tempo de serviço do militar.
Além disso, sob reserva, essas mesmas fontes apontam proximidade de Nunes com o comandante do Exército, general Tomás Paiva, e com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marcos Amaro. Para esses militares, a aparição de Richard Nunes como responsável pela indicação de Rivaldo é um fato “incipiente”.
Richard Nunes foi nomeado Secretário de Segurança do Rio de Janeiro, por indicação do general Walter Braga Netto, interventor do estado à época. E Nunes decidiu nomear Rivaldo Barbosa como chefe de polícia no estado, mesmo diante da contraindicação da Inteligência da Segurança Pública do Rio.
Relatório da Polícia Federal sobre a morte de Marielle, investigação aponta que, mesmo diante de suspeitas, Richard Nunes bancou a indicação do policial. O delegado foi nomeado por Richard em 8 de março de 2018 e tomou posse 1 dia antes do crime, em 13 de março.
A informação foi confirmada pelo próprio general, em depoimento à PF, sob argumento de que a “contraindicação não se pautava em dados objetivos”.
“O cenário de ingerências políticas nas escolhas de funções de confiança junto às forças de segurança estaduais é mais um dos componentes nefastos no Rio de Janeiro”. A CNN tenta contato com o general para comentar o assunto.
Em 2018, Marielle Franco chegou a se posicionar, no antigo Twitter, contra a indicação de Richard Nunes à Secretaria de Segurança Pública do Estado.
“Sabe o nome cotado para Sec. Seg? Richard Nunes? A MARÉ CONHECE! Comandou a ocupação das Forças Armadas na Maré, entre dez de 2014 e fev de 2015, mês, de barbaridades. Uma delas quando os soldados atiraram contra o carro que estava Vitor Santiago, hoje sem uma perna e paraplégico”, escreveu Marielle.
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