Segundo dados do Cardiômetro, ferramenta desenvolvida pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), mais de 260 mil brasileiros já perderam a vida por doenças cardiovasculares em 2024. Essas doenças são atualmente a principal causa de morte no país, representando 30% dos óbitos. Apesar dos benefícios amplamente reconhecidos da prática regular de exercícios físicos para a saúde cardiovascular, tragédias recentes chamam a atenção para os riscos envolvidos quando o coração não é devidamente monitorado.
O caso do zagueiro Juan Manuel Izquierdo, do Nacional do Uruguai, que morreu aos 27 anos durante uma partida contra o São Paulo, é um exemplo alarmante dessa realidade. O jogador sofreu uma parada cardíaca em decorrência de uma arritmia. Segundo o boletim médico divulgado pelo Hospital Albert Einstein, Izquierdo apresentou uma progressão do comprometimento cerebral e aumento da pressão intracraniana, levando ao trágico ocorrido. Esse episódio destaca a necessidade de uma avaliação cardiológica completa e contínua, mesmo entre atletas de alta performance.
Outro caso trágico que ilustra os perigos do esforço físico sem a devida precaução foi o da jovem mexicana Ariatna Lizeth Mata Esparza, de 22 anos. Ariatna desmaiou e morreu subitamente enquanto realizava agachamentos com barra em uma academia. A autópsia revelou que a causa da morte foi anoxemia, uma condição caracterizada pela baixa concentração de oxigênio no sangue, desencadeada por um esforço excessivo. A morte repentina de Ariatna, assim como a de Izquierdo, ressalta a importância de respeitar os limites do corpo e de realizar exames cardiológicos regulares.
O cardiologista Dr. Henrique Furtado enfatiza a relevância do acompanhamento médico para quem pratica atividades físicas, especialmente as de alta intensidade. “É fundamental que qualquer pessoa que deseja iniciar ou intensificar a prática de exercícios físicos passe por uma avaliação cardiológica completa. Muitos problemas cardíacos podem ser silenciosos e se manifestar de forma abrupta durante atividades físicas, o que torna essencial o monitoramento contínuo da saúde cardiovascular”, explica Furtado.
O especialista também orienta sobre os sinais de alerta que não devem ser ignorados durante a prática de esportes. “Sintomas como dor no peito, falta de ar excessiva, tontura ou desmaios são indicativos de que algo pode estar errado. Se qualquer um desses sintomas ocorrer, a atividade deve ser interrompida imediatamente e a pessoa deve procurar um médico”, alerta o cardiologista. Ele também ressalta a importância de adaptar os exercícios à condição física de cada indivíduo e de evitar exageros, que podem colocar em risco a saúde do coração.