Um ex-genro da pastora Flordelis dos Santos foi preso em flagrante na noite desta quarta-feira (31) por ameaçar um dos advogados que representa a família do pastor Anderson do Carmo. Acionada, a Polícia Militar apreendeu uma faca e uma tesoura com Elias de Souza Azevedo.
O caso foi encaminhado para a delegacia de Itaipu (81ªDP). Segundo o boletim de ocorrência, ao qual a CNN teve acesso, o advogado Ângelo Máximo Macedo da Conceição chamou os policiais por ser ameaçado de morte por Elias de Souza Azevedo, perto da casa onde mora, em Piratininga, região oceânica de Niterói, no Rio de Janeiro. Quando chegaram ao local, os PMs também teriam sido ameaçados pelo suspeito, que teria tentado usar uma tesoura para atingir os policiais, mas foi imobilizado por eles.
No último dia 22, Ângelo já tinha ido à delegacia. Segundo o relato, ele estava com a esposa na saída de um supermercado quando foi abordado por Elias, que o teria xingado e ameaçado.
“No dia 22, ele mandou eu sair de Piratininga, dizendo que ali era reduto dele e que ele ia descobrir onde moro e que ele ia me matar. Nove dias depois, o Elias foi preso na porta da minha casa”, disse Máximo, em vídeo enviado à CNN.
Segundo o registro na delegacia, Elias já respondeu por crime de homicídio em Araruama, na Região dos Lagos.
A CNN entrou em contato com a defesa da ex-deputada federal Flordelis, que informou que o fato foi lamentável. “Esse ex-genro, teve diversos problemas com a família e com a própria Flordelis. Ele já havia também entrado em luta corporal com outros membros da família e já não tinha nenhuma relação há muitos anos. Pelo que a gente saiba, ele era morador de rua e tem problemas mentais”, explicou o advogado Rodrigo Faucz.
A CNN tenta contato com a defesa de Elias.
Relembre o caso Flordelis
O pastor Anderson do Carmo era casado com Flordelis há 25 anos. Ele foi executado a tiros no dia 16 de junho de 2019, na garagem da casa onde morava com a família em Pendotiba, na cidade de Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo os laudos dos peritos, foram identificadas 30 perfurações de arma de fogo no corpo.
Em novembro de 2022, a pastora e ex-deputada federal e a filha biológica, Simone dos Santos Rodrigues, foram condenadas pelo homicídio. A ex-parlamentar foi condenada a 50 anos e 28 dias por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, além uso de documento falso e associação criminosa armada. Enquanto Simone foi condenada a 31 anos e 4 meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado e associação criminosa armada.
Rayane dos Santos, neta biológica da ex-deputada, e Marzy Teixeira e André Luiz de Oliveira, filhos adotivos de Flordelis, foram inocentados.
Conforme a denúncia do Ministério Público, Flordelis foi a responsável por planejar o homicídio do marido, além de ter convencido o executor direto e demais acusados a participarem do crime sob a simulação de ter ocorrido um latrocínio, tendo ainda financiado a compra da arma e avisado sobre a chegada da vítima no local em que foi executado.
Ainda segundo as investigações apontadas na denúncia, o crime teria sido motivado porque a vítima mantinha rigoroso controle das finanças familiares e administrava os conflitos de forma rígida, não permitindo tratamento privilegiado às pessoas mais próximas da ex-deputada em detrimento de outros membros da família.
O Tribunal do Júri de Niterói também julgou e condenou outros seis réus envolvidos no caso da morte de Anderson do Carmo.
Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico de Flordelis, foi condenado a 29 anos de reclusão em regime fechado. Ele foi denunciado como autor dos disparos que provocaram a morte do pastor. Além dele, Lucas Cezar dos Santos de Souza, filho adotivo da ex-parlamentar, foi condenado a nove anos de prisão, acusado de ter sido responsável por adquirir a arma usada no assassinato.
No julgamento realizado em abril deste ano, quatro réus foram condenados. Adriano dos Santos Rodrigues, filho biológico de Flordelis, teve a sentença de quatro anos em regime semiaberto por uso de documento falso e associação criminosa armada. Marcos Siqueira Costa, ex-policial militar, e sua esposa Andrea Santos Maia, foram condenados a cinco anos em regime fechado e quatro anos em regime semiaberto, respectivamente.
Já o filho adotivo Carlos Ubiraci Francisco da Silva foi condenado pelo crime de associação criminosa armada a dois anos, em regime inicialmente semiaberto. Em abril, a Vara de Execuções Penais do TJRJ concedeu liberdade condicional a Ubiraci.
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