O homem que matou três pessoas e feriu outras nove durante um surto psicótico em Novo Hamburgo, em Porto Alegre (RS), havia sido internado quatro vezes por esquizofrenia. A Polícia Civil do Rio Grande do Sul revelou que tanto o atirador quanto seu pai, um dos mortos na tragédia, tinham o diagnóstico da doença mental.
A esquizofrenia é um transtorno mental caracterizado pela perda de contato com a realidade (psicose) e pelas alucinações (é comum que os pacientes relatem ouvir vozes e tenham delírios). A doença, que não tem causa conhecida, pode provocar surtos psicóticos e de suicídios quando não é corretamente tratada.
“Para as pessoas com esquizofrenia, em um momento de surto, pode haver uma súbita alteração nos neurotransmissores, sobretudo na dopamina, que leva à ruptura da concepção da realidade”, explica o psiquiatra Kayo Barboza, de Salvador (BA).Play Video
Quais os sintomas da esquizofrenia?
Os pacientes com esquizofrenia começam a manifestar os primeiros sintomas por volta dos 20 anos, os gatilhos costumam ser o uso de substâncias entorpecentes ou a vivência de traumas. Os médicos acreditam que predisposições genéticas explicam porque algumas pessoas da mesma família desenvolvem o transtorno mental.
A esquizofrenia pode ter início súbito ou lento e gradativo. Ainda que a gravidade e a sintomas variem entre diferentes pessoas, na maioria das vezes, a pessoa se torna incapaz de cuidar de si mesma caso não siga o tratamento corretamente.
“Trata-se de uma doença em que a pessoa não consegue dar conta da própria vida, mas é claro que existem exceções”, explicou o psiquiatra Ariel Lipman, do Rio de Janeiro, em entrevista anterior ao Metrópoles.
A administração correta e estável dos medicamentos antipsicóticos e o acompanhamento psicológico reduzem os sintomas e, caso ocorram crises, elas são mais facilmente controladas. As mulheres respondem melhor que os homens ao tratamento com medicamentos antipsicóticos.