Popularmente, o sistema imunológico é conhecido por sua atuação na defesa do organismo contra vírus e bactérias causadoras de doenças como gripe, resfriado, Covid-19, entre outras. No entanto, manter a imunidade fortalecida é importante para a saúde de todo o corpo, com benefícios que vão além do combate aos microrganismos causadores de infecções.
É o que reforça um estudo publicado no fim do ano passado na BMJ Nutrition, Prevention & Health, elaborado a pedido do negócio de Consumer Health, da Bayer. Nele, um grupo internacional de especialistas revisou as evidências científicas já existentes sobre o papel do sistema imunológico na manutenção da saúde, além de entender o papel da nutrição nas funções imunitárias.
De acordo com a pesquisa, o sistema imunológico funciona não apenas como defesa contra doenças sazonais, mas, também, como um agente ativo na manutenção da saúde geral do organismo, durante todo o ano.
“Por muito tempo, foi implantado na cabeça das pessoas que o sistema imunológico luta apenas contra a gripe ou alguma outra infecção. Porém, a partir desse estudo, conseguimos entender que grande parte do funcionamento da imunidade acontece quando estamos saudáveis, e nós precisamos da manutenção do sistema imunológico para ele continuar cumprindo com essas funções como um todo”, explica Augusto Vieira, Líder Médico da divisão de Consumer Health da Bayer Brasil, à CNN.
O papel do sistema imunológico no organismo como um todo
Além de nos proteger contra infecções, o sistema imunológico ajuda a manter a homeostase, que é a estabilidade das funções do organismo como um todo. Esse equilíbrio é fundamental para a saúde cerebral, cognitiva, metabólica, reprodutiva, muscular, óssea e, até mesmo, cardiovascular.
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De acordo com os autores do estudo, “o sistema imunológico pode ser pensado como um sistema de gestão de informação, que recolhe, interpreta, comunica e armazena continuamente dados, e põe em ação eventos para manter ou restaurar a homeostase”. Consequentemente, ele desempenha um papel na redução do risco de doenças crônicas comuns ao envelhecimento, por exemplo.
“Existem condições que, às vezes, não consideramos que tenham a ver com o sistema imunológico. É o caso, por exemplo, do diabetes“, afirma Vieira. “Hoje sabemos que parte do desenvolvimento do diabetes tem relação com características genéticas, parte com o que a pessoa faz ao longo da vida e existe, também, uma relação com o sistema imune”, completa.
O especialista explica que uma das características do diabetes é a inflamação dos vasos sanguíneos, cenário que pode ser reduzido através do maior aporte de vitaminas e sais minerais. “Esses nutrientes ajudam a diminuir a inflamação, que também é regulada pelo sistema imunológico. Então, a imunidade não atua somente contra infecções, mas, também, contra essas doenças crônicas”, afirma.
Outra ação importante do sistema imunológico, quando está funcionando em equilíbrio, é a redução dos processos oxidativos, causados pela ação de radicais livres no organismo. Essas moléculas, quando estão em abundância no organismo, podem intoxicar células saudáveis. Isso, à longo prazo, pode levar ao desenvolvimento de doenças crônicas e ao declínio cognitivo associado ao Parkinson e ao Alzheimer.
“Em grande parte dos processos oxidativos, quando a cronicidade deles é relevante, o impacto não é visto somente na função do órgão, mas, também, na sua estrutura. Por isso, quando vemos um paciente com Alzheimer já latente e fazemos uma ressonância em seu cérebro, vemos um órgão anatomicamente diferente”, explica Vieira.
Quando o sistema imunológico não está funcionando como deveria, ele não consegue combater esses processos oxidativos que, com o passar dos anos e com o envelhecimento, pode prejudicar a função e a estrutura dos órgãos. “Por isso, temos que pensar no fortalecimento da imunidade para o longo ou longuíssimo prazo”, ressalta.
O especialista cita, ainda, a relação entre o sistema imunológico e a saúde óssea e articular. “Parte da produção de colágeno, proteína presente nos ossos, articulações e tendões, quem faz é o sistema imune”, diz Vieira.
Como fortalecer o sistema imunológico?
A pesquisa também ressalta que hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada e adequada, ajudam a fortalecer o sistema imunológico e a manter o bom funcionamento do organismo como um todo.
“Uma dieta pobre está associada a deficiências imunológicas e, consequentemente, ao aumento do risco de contrair uma série de doenças – inclusive doenças crônicas não transmissíveis”, afirma Vieira.
Por isso, a dica é investir em alimentos ricos em vitaminas e minerais necessários para a regulação do sistema imunológico, como vitamina C, vitamina D, magnésio, molibdênio e ferro. “A própria vitamina C nos ajuda a absorver outros nutrientes, como o ferro, que, quando está em abundância no organismo, previne a anemia”, exemplifica o especialista.
Por isso, o médico ressalta que é essencial buscar o autocuidado nutricional. A orientação de um profissional de nutrição ou nutrologia é importante para indicar uma alimentação equilibrada e adequada às necessidades individuais, bem como o uso de suplementos alimentares para ajudar a preencher lacunas quando a dieta é insuficiente.
Além da alimentação, o estudo também aponta para outros fatores essenciais para o fortalecimento do sistema imunológico: a prática regular de exercícios físicos, controle do peso corporal, resiliência mental, além de uma boa qualidade e quantidade de sono.
De acordo com os autores do estudo, todos esses fatores, quando combinados, resultam em um sistema imunológico robusto e rápido na defesa do organismo contra o ataque de vírus, bactérias e fungos, além de fortalecer a atuação da imunidade nas outras áreas e funções do organismo.
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