Empresários do agronegócio e da indústria nacional pretendem pedir ao governo federal que adote cautela, tom moderado e invista nas tratativas diplomáticas ao negociar tarifas comerciais com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Segundo empresários que participarão da reunião ouvidos pela CNN, a maior parte do setor produtivo deve levar ao governo o pleito de manter uma postura moderada nas tratativas com Trump e insistir na via diplomática.
Em discursos públicos, ministros têm reiterado que a diversificação e a abertura de novos mercados podem ser alternativas para reduzir o impacto da tarifa.
Empresários, porém, avaliam que, embora a ampliação de mercados seja positiva, ela não representa uma solução de curto ou médio prazo.
O setor de suco de laranja, por exemplo – sexto produto mais exportado pelo Brasil aos EUA –, é um dos que menos se beneficiariam dessa alternativa.
As vendas para os norte-americanos respondem por cerca de 40% das exportações do setor, tornando o mercado dos EUA insubstituível no curto prazo.
Reunião entre governo e empresários
O governo federal inicia, nesta terça-feira, uma série de reuniões com representantes do setor privado para discutir alternativas e estratégias de negociação com os Estados Unidos.
Serão os primeiros encontros do comitê interministerial criado pelo governo para formular a resposta brasileira à tarifa.
A ideia do Planalto é aproveitar a interlocução e o acesso dos empresários brasileiros ao mercado dos EUA para alinhar o discurso entre os setores público e privado e definir a melhor estratégia de negociação.
O vice-presidente argumenta que, antes de o governo tomar qualquer decisão, é fundamental ouvir o setor privado, que mantém interlocução direta com o mercado norte-americano.
A decisão de criar o comitê foi tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os trabalhos serão comandados pelo ministério liderado por Alckmin, com apoio da Fazenda, Casa Civil, Itamaraty e Relações Institucionais.