O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o advogado do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, Eumar Novacki, protagonizaram nesta terça-feira (10) um momento de descontração durante os interrogatórios dos réus do plano de golpe no Supremo.
Novacki havia indagado Torres para que seu cliente explicasse o funcionamento da estrutura de hierarquia entre a Polícia Militar do Distrito Federal e a Secretaria de Segurança Pública do DF, da qual Torres foi secretário nos primeiros dias de janeiro de 2023.
No entanto, antes que o depoente pudesse responder à pergunta, Moraes sorriu e disse a Novacki: “Doutor, não provoca”. Em seguida, os três riram da situação.
Moraes fez referência a um embate que teve no mês passado com Rosivan Correia de Souza, servidor da Secretaria de Segurança Pública do DF, que na ocasião prestava depoimento como testemunha de defesa de Torres.
À época, Rosivan declarou que o Comando-Geral da Polícia Militar do DF não estaria subordinado à secretaria, mas apenas vinculado a ela.
Ao final do depoimento, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, questionou se de fato não havia hierarquia entre a SSP e a Polícia Militar. Advogados de Torres intervieram, argumentando que, conforme o organograma do governo do DF, a relação entre a PM e a SSP seria de vinculação, e não de subordinação.
Moraes, então, pediu a palavra e rebateu: “Eu fui secretário de Segurança. Há relação de total subordinação. O secretário de Segurança comanda a Polícia Militar e a Polícia Civil”, afirmou, exigindo que a testemunha respondesse diretamente ao questionamento feito pela PGR.
A testemunha manteve a posição inicial e reiterou que, no Distrito Federal, não existiria subordinação formal da PM à SSP, mas apenas uma vinculação administrativa.
Diante disso, Moraes se irritou e ironizou: “O secretário de Segurança é uma rainha da Inglaterra aqui?”.